quarta-feira, maio 30, 2007
terça-feira, maio 29, 2007
Concursos, sorteios, jogos da mala e afins...
Nervuras das minhas folhas de alface, Julietas do meu Dartacão, merengue da minha tarte de limão acabadinha de sair do forno,
Quem quer ajudar a Xaninha, quem?
Quem é amigo? Quem não se importa de perder um nano-segundo para ver um sorriso meu?
Ora, vamos lá a contribuir para a minha felicidade e clicar aqui.
Com certeza (garante a Picas), que serei muito, mas muito, mais feliz!
(Resta saber o que me calhará...)
Quem quer ajudar a Xaninha, quem?
Quem é amigo? Quem não se importa de perder um nano-segundo para ver um sorriso meu?
Ora, vamos lá a contribuir para a minha felicidade e clicar aqui.
Com certeza (garante a Picas), que serei muito, mas muito, mais feliz!
(Resta saber o que me calhará...)
segunda-feira, maio 28, 2007
Reflexões comensais
Ontem, no jantar de baptizado do meu irmão, em conversa com as amigas dele, casadíssimas e gravidíssimas, não pude deixar de pensar:
Entradas
“Como metade de um chouriço e amanhã corro mais meia hora.”
“Isto é a conversa de sempre destas miúdas ou será que estou na “twilight zone”?
Prato de peixe
“Bem... Uma Bimby pode mesmo salvar uma relação!”
Prato de carne
“Quando é que inventam a Bimby para os problemas?”
Prato de carne...
“Ainda não cheguei à fase de desejar uma Bimby na minha vida. Isso será bom ou mau?”
Sobremesa e décima quarta azeitona
“Caraças, onde é que pus as pastilhas Rennie????!!”
Entradas
“Como metade de um chouriço e amanhã corro mais meia hora.”
“Isto é a conversa de sempre destas miúdas ou será que estou na “twilight zone”?
Prato de peixe
“Bem... Uma Bimby pode mesmo salvar uma relação!”
Prato de carne
“Quando é que inventam a Bimby para os problemas?”
Prato de carne...
“Ainda não cheguei à fase de desejar uma Bimby na minha vida. Isso será bom ou mau?”
Sobremesa e décima quarta azeitona
“Caraças, onde é que pus as pastilhas Rennie????!!”
Etiquetas:
Dúvidas e questões existenciais
sexta-feira, maio 25, 2007
Lema nacional: Porquê fazer hoje se podes fazer amanhã
Tuga que é tuga deixa tudo para o último dia. E a Xaninha aqui não é excepção!
Declaração de IRS de jeito, mas daquelas verdadeiras, suadas, arrancadas a ferros e dor, verdadeiros impressos virtuais aflitivos, só a entregue no último dia do prazo, de preferência quase no limiar das 23h59.
Chegada do ginásio e sem jantares ou saídas marcados (já propositadamente), mãos à obra!
Lá, lá, lá, como é bom ter que fazer trezentas mil e uma contas, porque isto de estar por conta própria, em prática isolada, sem qualquer albergue de uma sociedade ou empresazita, não é só multiplicar o cheque por doze.
Blá, blá, blá, despesas mil, entidades quinhentas, vamos lá passar tudo para o mundo virtual.
Estão à espera que narre as mil e uma dificuldades que tive para perceber o sistema? Estão à espera que descreva, exaustivamente, as vezes em que me enganei e tive que corrigir os impressos on-line? O número de vezes em que arremessei, violentamente e sem pudor, a minha própria cabeça contra o ecrã?
Estão à espera que choramingue os bloqueios seguidos do sistema? Ou que esparrame a minha eloquente persistência em repetir o processo, desde o início, por o tempo da sessão ter terminado?
Estão MESMO à espera de ver baba e ranho, cabelos arrancados, uivos soltados e bramidos de pesar, como o típico Tuga expõe, blogue sim, blogue sim? E que, tal como em todos os blogues, faça mil e uma promessas, de que para o ano será diferente, à Nossa Senhora de Fátima? Que a minha singela declaração será entregue, com mês e meio de antecedência, juntamente com uma caixa de bombons e duas garrafas de whisky doze anos, dirigidas aos serviços centrais da DGI? Que, se tudo correr bem, sem bloqueios ou dificuldades, nunca mais darei pontapés ao meu irmão quando ele me estragar mais um par de phones?
DESENGANEM-SE!
Foi uma limpeza! Toma lá, ó tuga chorão! Inserir, tudo ok, enviar, já está! A Expo 98 também foi terminada no último dia e foi uma maravilha!
Alexandra: 10 DGI: 0
Lá para Setembro, receberei as alviçaras.
Next year, same time same place. You and “me” baby!
Declaração de IRS de jeito, mas daquelas verdadeiras, suadas, arrancadas a ferros e dor, verdadeiros impressos virtuais aflitivos, só a entregue no último dia do prazo, de preferência quase no limiar das 23h59.
Chegada do ginásio e sem jantares ou saídas marcados (já propositadamente), mãos à obra!
Lá, lá, lá, como é bom ter que fazer trezentas mil e uma contas, porque isto de estar por conta própria, em prática isolada, sem qualquer albergue de uma sociedade ou empresazita, não é só multiplicar o cheque por doze.
Blá, blá, blá, despesas mil, entidades quinhentas, vamos lá passar tudo para o mundo virtual.
Estão à espera que narre as mil e uma dificuldades que tive para perceber o sistema? Estão à espera que descreva, exaustivamente, as vezes em que me enganei e tive que corrigir os impressos on-line? O número de vezes em que arremessei, violentamente e sem pudor, a minha própria cabeça contra o ecrã?
Estão à espera que choramingue os bloqueios seguidos do sistema? Ou que esparrame a minha eloquente persistência em repetir o processo, desde o início, por o tempo da sessão ter terminado?
Estão MESMO à espera de ver baba e ranho, cabelos arrancados, uivos soltados e bramidos de pesar, como o típico Tuga expõe, blogue sim, blogue sim? E que, tal como em todos os blogues, faça mil e uma promessas, de que para o ano será diferente, à Nossa Senhora de Fátima? Que a minha singela declaração será entregue, com mês e meio de antecedência, juntamente com uma caixa de bombons e duas garrafas de whisky doze anos, dirigidas aos serviços centrais da DGI? Que, se tudo correr bem, sem bloqueios ou dificuldades, nunca mais darei pontapés ao meu irmão quando ele me estragar mais um par de phones?
DESENGANEM-SE!
Foi uma limpeza! Toma lá, ó tuga chorão! Inserir, tudo ok, enviar, já está! A Expo 98 também foi terminada no último dia e foi uma maravilha!
Alexandra: 10 DGI: 0
Lá para Setembro, receberei as alviçaras.
Next year, same time same place. You and “me” baby!
quarta-feira, maio 23, 2007
Sulplesa, sulplesa! .... rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Se há coisa que adoro é fazer surpresas. Vibro com o deixar a pessoa desarmada, boquiaberta de felicidade, ao deparar com algo que nem sonharia.
Na verdade, "it's the whole package". A mente a fervilhar com o imaginar, a ideia, os preparativos... Desde o planeamento ao concretizar de todo o ínfimo promenor. Provavelmente, é por isso que tenho a mania de organizar tudo e mais alguma coisa, desde as festas, à máscara de carnaval, às partidas...
Os teus namorados têm cá uma sorte, oiço recorrentemente. É verdade, contrabalança o feitiozinho difícil... (Ahhh, pois é!)
É-me irresistível, aquela expressão de surpresa, de contentamento! Ou então de rubor, de emoção... E depois, a vida é muito mais condimentada e prazeirosa. Fugidia da rotina.
O que me vou rir, quando o meu irmão der de caras com o bolo de Baptizado e Crisma que lhe vou oferecer! Parece que já estou a ver, o rijo matulão, a amolecer os traços do rosto, de lágrima a fugir do olho...
terça-feira, maio 22, 2007
O sangue que me corre nas veias
- Mãe, vamos este fim-de-semana ao Alentejo! Apetece-me ir apanhar medronhos à volta do moinho. Da outra vez, estavam tão bons…
- Agora? As ideias que tu tens… Estamos muito longe da época dos medronhos!
- Não? Os medronhos têm uma época?... – “Ahhh! Por isso é que me queixo de não os encontrar…”, recolho-me em pensamentos.
- Mãe, lembra-me de trazer rosmaninho, para fazer aquelas tostas com queijo Brie e mel!
- Rosmaninho em quase Junho???? Já não se encontra com facilidade! O rosmaninho aparece na Páscoa! Daqui a nada estás como o teu primo, que estuda produção animal mas que teimava em comer as azeitonas da árvore!
Glup!
Há uns bons anos atrás, num fim-de-semana em que a família estava em peso no monte do nosso moinho, o meu primo Filipe lembrou-se de apanhar azeitonas e comê-las ali.
À partida, todos pensaram que o gaiato estava na brincadeira. Depois, a insistência do petiz em trincar o fruto virgem revelou que ignorava por completo o processo de tratamento a que as azeitonas têm de ser sujeitas. Que têm que sofrer várias mudas de água e ficar de molho em água, sal, orégãos e outros condimentos.
Desconhecimento imperdoável, para quem tem raízes seculares ligadas ao Alentejo. Tinha por volta de treze anos e cuspia azeitona, atrás de azeitona, fazendo caretas e ripostando que eram amargas e não prestavam. Ainda hoje, já homem feito, não se livra do escárnio familiar, para o recordar que, apesar do que apregoa, é menino de Paço de Arcos.
Recordando esse fatídico episódio, engoli em seco e não pude deixar de pensar.
Filha de alentejanos, pessoas de profundo sentimento da terra, proprietária e herdeira de campos de oliveiras a perder de vista…Grande latifundiária me saí…
- Agora? As ideias que tu tens… Estamos muito longe da época dos medronhos!
- Não? Os medronhos têm uma época?... – “Ahhh! Por isso é que me queixo de não os encontrar…”, recolho-me em pensamentos.
- Mãe, lembra-me de trazer rosmaninho, para fazer aquelas tostas com queijo Brie e mel!
- Rosmaninho em quase Junho???? Já não se encontra com facilidade! O rosmaninho aparece na Páscoa! Daqui a nada estás como o teu primo, que estuda produção animal mas que teimava em comer as azeitonas da árvore!
Glup!
Há uns bons anos atrás, num fim-de-semana em que a família estava em peso no monte do nosso moinho, o meu primo Filipe lembrou-se de apanhar azeitonas e comê-las ali.
À partida, todos pensaram que o gaiato estava na brincadeira. Depois, a insistência do petiz em trincar o fruto virgem revelou que ignorava por completo o processo de tratamento a que as azeitonas têm de ser sujeitas. Que têm que sofrer várias mudas de água e ficar de molho em água, sal, orégãos e outros condimentos.
Desconhecimento imperdoável, para quem tem raízes seculares ligadas ao Alentejo. Tinha por volta de treze anos e cuspia azeitona, atrás de azeitona, fazendo caretas e ripostando que eram amargas e não prestavam. Ainda hoje, já homem feito, não se livra do escárnio familiar, para o recordar que, apesar do que apregoa, é menino de Paço de Arcos.
Recordando esse fatídico episódio, engoli em seco e não pude deixar de pensar.
Filha de alentejanos, pessoas de profundo sentimento da terra, proprietária e herdeira de campos de oliveiras a perder de vista…Grande latifundiária me saí…
sábado, maio 19, 2007
The real Big Brother - I am watching you
Ahhh, pois é! Que é que julgam? Blogosfera e tal, blog público, escondidinhos atrás do ecrã? Leite Condensado às Colheradas desprotegido e à mercê de facínoras aglutinadores de células sifilíticas, devidamente encobertos pelo toque do rato?
Desenganem-se. Como uma verdadeira mulher, eu sei de tudo. Esteja no meu quarto, algures em Lisboa, ou debaixo de um chaparro, no Alentejo, os dossiers dos SILCAC (Serviços de Informação do Leite Condensado às Colheradas) vêm parar direitinhos e certinhos ao meu portátil.
Recebi uma intensa formação em técnicas de controlo e observação, no boot camp interno da Grande Redoma de Vidro, e agora nada me escapa.
Até os meus estores e cortinados de casa estão perfeitamente alinhados, numa ode à organização magistral.
A propósito, amiguitos da Mirabolândia, de vez em quando, aparece o vosso IP nas estatísticas do blog. Ai, se os Grandes Mimis deitam os olhos à lista das páginas por vós consultadas… Ter um Grande Mimi a espreitar o Leite Condensado às Colheradas é regressar aos sonhos perniciosos, em que vamos nus para o liceu… Querem que tenha um ataque cardíaco? Que me saltem o coração, os pulmões e o arroz à valenciana de há quinze dias pela boca ou pelas narinas?
Ainda assim, não são vocês que me coçam o limiar da paciência. Muito pelo contrário, sejam bem vindos, todas as vezes que desejarem aparecer!
Este post é inteiramente dedicado aos grandes carapaus de corrida que menosprezam a inteligência dos outros. Aqueles abusados dos emails, das confederações ou dos agricultores. Caríssimos, se não têm educação para muita coisa, também não têm calibre para este blog.
Sabes o que é um site meter? Sabes que, geralmente, os IP’s dos computadores das empresas identificam as mesmas? Tens a mania que gingas tudo mas vais por terra com uma simples meia-lua.
És psicótico? Tens gelatina de alforreca em vez de coluna vertebral? Sofres de perturbações mentais? Não arranjas namorada por seres feio e amorfo? E EU COM ISSO??
Por isso, vai-te embora ó weirdo, desaparece, vai tocar gaita-de-beiços para outro lado! Pega na enchada e vai cultivar tremoços. Não és bem-vindo.
P.S.1 – À restante blogosfera,
Não se deixem enganar. Continuo uma moçoila linda, amorosa e doce. Digna de receber latas de leite condensado, pelos aniversários, e Werthers Originals, noutras ocasiões.
Desenganem-se. Como uma verdadeira mulher, eu sei de tudo. Esteja no meu quarto, algures em Lisboa, ou debaixo de um chaparro, no Alentejo, os dossiers dos SILCAC (Serviços de Informação do Leite Condensado às Colheradas) vêm parar direitinhos e certinhos ao meu portátil.
Recebi uma intensa formação em técnicas de controlo e observação, no boot camp interno da Grande Redoma de Vidro, e agora nada me escapa.
Até os meus estores e cortinados de casa estão perfeitamente alinhados, numa ode à organização magistral.
A propósito, amiguitos da Mirabolândia, de vez em quando, aparece o vosso IP nas estatísticas do blog. Ai, se os Grandes Mimis deitam os olhos à lista das páginas por vós consultadas… Ter um Grande Mimi a espreitar o Leite Condensado às Colheradas é regressar aos sonhos perniciosos, em que vamos nus para o liceu… Querem que tenha um ataque cardíaco? Que me saltem o coração, os pulmões e o arroz à valenciana de há quinze dias pela boca ou pelas narinas?
Ainda assim, não são vocês que me coçam o limiar da paciência. Muito pelo contrário, sejam bem vindos, todas as vezes que desejarem aparecer!
Este post é inteiramente dedicado aos grandes carapaus de corrida que menosprezam a inteligência dos outros. Aqueles abusados dos emails, das confederações ou dos agricultores. Caríssimos, se não têm educação para muita coisa, também não têm calibre para este blog.
Sabes o que é um site meter? Sabes que, geralmente, os IP’s dos computadores das empresas identificam as mesmas? Tens a mania que gingas tudo mas vais por terra com uma simples meia-lua.
És psicótico? Tens gelatina de alforreca em vez de coluna vertebral? Sofres de perturbações mentais? Não arranjas namorada por seres feio e amorfo? E EU COM ISSO??
Por isso, vai-te embora ó weirdo, desaparece, vai tocar gaita-de-beiços para outro lado! Pega na enchada e vai cultivar tremoços. Não és bem-vindo.
P.S.1 – À restante blogosfera,
Não se deixem enganar. Continuo uma moçoila linda, amorosa e doce. Digna de receber latas de leite condensado, pelos aniversários, e Werthers Originals, noutras ocasiões.
P.S.2 – Precisa de descobrir o paradeiro do papagaio que se precipitou pela janela da cozinha, há vinte anos?
Grandes perguntas da humanidade, até agora sem resposta, como “Será ou não Elvis um extraterrestre?” ou “Raios, eu não vi o último episódio... mas afinal, quem era o tubarão??”, impedem-no de ter uma vida normal?
Não sofra mais. Contacte já os SILCAC.
Ligue já e receba um bloco de notas com duas folhas e uma esferográfica da campanha de há cinco anos do PNR.*
*Oferta limitada ao stock existente.
Ligue já e receba um bloco de notas com duas folhas e uma esferográfica da campanha de há cinco anos do PNR.*
*Oferta limitada ao stock existente.
quinta-feira, maio 17, 2007
Traumas da vida adulta - Desenhos animados educativos
Maraviiiilha! Típico Sábado de Verão.
Ida à praia, precedida das duas horas da praxe de piruetas ginasticadas e rodopiadas e muitas, muitas gargalhadas pelo meio.
Eu e a Susana (Não vou esconder identidades aqui, pois muitos de vocês sabem lá quem é a Susana, a Margarida ou a Anacleta.) completamente esticadinhas na areia, a prepararmo-nos para a noite de Santos Populares que se seguiria. Trocado por miúdos, a dormir, descaradamente, com roncos que se ouviam como trovões em Lisboa (provavelmente, essa seria a razão de toda a gente se queixar do constante mau tempo ao fim-de-semana), e correspondentes fios de baba a escorregar pelos cantos das bocas semiabertas.
Ali, estávamos nós, a roncar e a sonhar. A Susana, provavelmente, com príncipes de abdominais “tanquinho” e números, muitos números, e eu com latas de leite condensado voadoras.
De repente, nem tempo para pestanejar ou salvar algum pertence, somos violentamente fustigadas por uma chuvada, daquelas que encharcam até às cartilagens dos ossinhos.
Aos tropeções, agarrámos nas coisas e ala, que se faz tarde, para a casa da Susana.
Ahhhhh! Nada estragado. Venha novamente a soneca! Ligámos a tv e, surpresas das surpresas, estava a passar o Shrek. Desenhos animados e biscoitos da madrinha da Su. Ohhh sim, não fossemos nós gajas!
Eu, estreante no filme, a adorar.
Chega a cena em que a princesa Fiona está no campo com o Shrek e o burro.
A princesa aproxima-se de um passarinho e canta. Ele chilreia. Ela canta, ele acompanha.
- Ohhhh! Isto é lindo! Pareço eu e o Raggae! Ele também responde sempre! – Arremato com a boca a largar migalhas de biscoito.
A Susana agarrada à barriga de tanto rir e eu sem perceber.
- Ohhh! É mesmo giro! Parece mesmo o Raggae! – Quase que não contenho os biscoitos na boca com a emoção.
E a princesa continua a elevar os agudos do canto até que… Puffff! O passaroco rebenta do esforço. Pufff, o bicho explode e eu cuspo o meio quilo de biscoitos, espalhando-os pela sala. Sem meias medidas, a tipa gorda e verde decide transformar os filhotes ovos do animal voador em pequeno-almoço estrelado.
Ia chorando. Não o fiz porque já sou crescidinha. Mas a revolta que o raio dos bonecos me deram… Provavelmente, foi essa imagem tortuosa que me fez escorregar e cair lá para os lados do castelo. Uma noite no hospital, um joelho retalhado e, posteriormente, costurado, umas férias estragadas e um trauma para a vida.
Susanita, para a próxima vemos antes “O Exorcista”, ok?!
Ida à praia, precedida das duas horas da praxe de piruetas ginasticadas e rodopiadas e muitas, muitas gargalhadas pelo meio.
Eu e a Susana (Não vou esconder identidades aqui, pois muitos de vocês sabem lá quem é a Susana, a Margarida ou a Anacleta.) completamente esticadinhas na areia, a prepararmo-nos para a noite de Santos Populares que se seguiria. Trocado por miúdos, a dormir, descaradamente, com roncos que se ouviam como trovões em Lisboa (provavelmente, essa seria a razão de toda a gente se queixar do constante mau tempo ao fim-de-semana), e correspondentes fios de baba a escorregar pelos cantos das bocas semiabertas.
Ali, estávamos nós, a roncar e a sonhar. A Susana, provavelmente, com príncipes de abdominais “tanquinho” e números, muitos números, e eu com latas de leite condensado voadoras.
De repente, nem tempo para pestanejar ou salvar algum pertence, somos violentamente fustigadas por uma chuvada, daquelas que encharcam até às cartilagens dos ossinhos.
Aos tropeções, agarrámos nas coisas e ala, que se faz tarde, para a casa da Susana.
Ahhhhh! Nada estragado. Venha novamente a soneca! Ligámos a tv e, surpresas das surpresas, estava a passar o Shrek. Desenhos animados e biscoitos da madrinha da Su. Ohhh sim, não fossemos nós gajas!
Eu, estreante no filme, a adorar.
Chega a cena em que a princesa Fiona está no campo com o Shrek e o burro.
A princesa aproxima-se de um passarinho e canta. Ele chilreia. Ela canta, ele acompanha.
- Ohhhh! Isto é lindo! Pareço eu e o Raggae! Ele também responde sempre! – Arremato com a boca a largar migalhas de biscoito.
A Susana agarrada à barriga de tanto rir e eu sem perceber.
- Ohhh! É mesmo giro! Parece mesmo o Raggae! – Quase que não contenho os biscoitos na boca com a emoção.
E a princesa continua a elevar os agudos do canto até que… Puffff! O passaroco rebenta do esforço. Pufff, o bicho explode e eu cuspo o meio quilo de biscoitos, espalhando-os pela sala. Sem meias medidas, a tipa gorda e verde decide transformar os filhotes ovos do animal voador em pequeno-almoço estrelado.
Ia chorando. Não o fiz porque já sou crescidinha. Mas a revolta que o raio dos bonecos me deram… Provavelmente, foi essa imagem tortuosa que me fez escorregar e cair lá para os lados do castelo. Uma noite no hospital, um joelho retalhado e, posteriormente, costurado, umas férias estragadas e um trauma para a vida.
Susanita, para a próxima vemos antes “O Exorcista”, ok?!
terça-feira, maio 15, 2007
Coluna "Não tente isto em casa, nem fora de casa, nem onde quer que seja"
Consequência N.º 4
Por mais que tente ter um ar credível, não ser levada minimamente a sério, pela visita surpresa da polícia, e ser confundida com uma delinquente, que rouba gelados aos miúdos e revira caixotes do lixo na rua.
Lá porque decidimos cometer a inconsciência descrita no post infra, não quer dizer que o façamos de máscara azul na cara, rolos enrolados no cabelo e vestimentas pouco católicas.
Mesmo que o objectivo seja estarmos belas e airosas no dia seguinte, mesmo que moremos em território não dado a sismos e outros fenómenos naturais, que nos façam correr para a rua, mesmo que, simplesmente, não imaginemos alguém a bater à porta a essa hora.
Depois não digam que não avisei.
Por mais que tente ter um ar credível, não ser levada minimamente a sério, pela visita surpresa da polícia, e ser confundida com uma delinquente, que rouba gelados aos miúdos e revira caixotes do lixo na rua.
Lá porque decidimos cometer a inconsciência descrita no post infra, não quer dizer que o façamos de máscara azul na cara, rolos enrolados no cabelo e vestimentas pouco católicas.
Mesmo que o objectivo seja estarmos belas e airosas no dia seguinte, mesmo que moremos em território não dado a sismos e outros fenómenos naturais, que nos façam correr para a rua, mesmo que, simplesmente, não imaginemos alguém a bater à porta a essa hora.
Depois não digam que não avisei.
Etiquetas:
Coluna não tente isto em casa
Coluna "Não tente isto em casa, nem fora de casa, nem onde quer que seja"
Consequência N.º 3
Receber uma visita da polícia, devidamente alertada pelos vizinhos, às duas da manhã.
Lá porque nos distraímos à noite com o trabalho e não damos pelo tempo a passar, não quer dizer que, para relaxar, devemos ouvir música com os decibéis a tremelicarem as janelas, sem previamente consultar o relógio.
Mesmo que seja aquela sexy dos U2, mesmo que seja aquela música particular que sempre nos coloca em pontas, mesmo que seja “aquela” que só se consegue ser ouvida dessa forma.
Depois não digam que não avisei.
sexta-feira, maio 11, 2007
Universidade, essa grande escola de vida
Este ano contabilizam-se cinco anos que terminei o curso. CINCO. Credo!
Reservo a memória daqueles dias com um carinho especial.
Afinal de contas, aqueles cinco anos foram momentos intensos e condensados de aprendizagem. As aulas, os colegas de vários pontos do país (e referentes sotaques, pois hoje descodifico um "maderense" e um "Açuriâno", como ninguém), as diferentes culturas, a dirigente associativa que brotou de mim na AAFDL, na AAL e na ELSA... Uma panóplia de experiências irrepetíveis, umas mais fantásticas do que outras.
Como já havia referido aqui, quero tornar o Leite Condensado às Colheradas num espaço aberto a outras perspectivas e mais pedagógico.
Assim, deixo-vos um bocadinho da minha sapiência, adquirida na organização das muitas festas que passaram pelas minhas mãos (e alma), durante o meu percurso académico.
Espero que aproveitem!
Como agir quando se bebeu demais e está com os seguintes sintomas (manual prático):
SINTOMA: Pés frios e húmidos.
CAUSA: Estás a segurar o copo pelo lado errado.
SOLUÇÃO: Gira o copo até que a parte aberta esteja virada para cima.
SINTOMA: Pés quentes e húmidos.
CAUSA: Fizeste xixi.
SOLUÇÃO: Vai secar-te na casa de banho mais próxima.
SINTOMA: A parede à tua frente está cheia de luzes.
CAUSA: Caiste de costas no chão.
SOLUÇÃO: Coloa o corpo a 90 graus do solo.
SINTOMA: O chão está embaçado.
CAUSA: Estás a olhar para o chão através do fundo do teu copo vazio.
SOLUÇÃO: Compra outra cerveja ou similar.
SINTOMA: O chão está a mover-se.
CAUSA: Estás a ser carregado ou arrastado.
SOLUÇÃO: Pergunta se estão a levar-te para outro bar.
SINTOMA: O local ficou completamente escuro.
CAUSA: O bar fechou.
SOLUÇÃO: Pergunta ao barman o endereço da tua casa.
SINTOMA: O motorista do táxi é um elefante côr-de-rosa.
CAUSA: Bebeste e não foi pouco.
SOLUÇÃO: Pede ao elefante que te leve para o hospital mais próximo.
SINTOMA: Estás a olhar um espelho que se move como a água.
CAUSA: Estás a vomitar numa sanita.
SOLUÇÃO: Enfia o dedo na garganta
SINTOMA: As pessoas falam produzindo um misterioso eco.
CAUSA: Estás com a garrafa de cerveja na orelha.
SOLUÇÃO: Deixa de ser palhaço.
SINTOMA: A pista move-se muito e a música é muito repetitiva.
CAUSA: Estás numa ambulância.
SOLUÇÃO: Não te mexas. Possível coma alcoólico.
SINTOMA: A fortíssima luz da pista está a cegar-te os olhos.
CAUSA: Estás na rua e já é dia.
SOLUÇÃO: Tenta encontrar o caminho de volta para casa.
SINTOMA: O teu amigo não liga ao que tu dizes.
CAUSA: Estás a falar com um marco dos correios.
SOLUÇÃO: Procura o teu amigo para que ele te leve para casa.
Reservo a memória daqueles dias com um carinho especial.
Afinal de contas, aqueles cinco anos foram momentos intensos e condensados de aprendizagem. As aulas, os colegas de vários pontos do país (e referentes sotaques, pois hoje descodifico um "maderense" e um "Açuriâno", como ninguém), as diferentes culturas, a dirigente associativa que brotou de mim na AAFDL, na AAL e na ELSA... Uma panóplia de experiências irrepetíveis, umas mais fantásticas do que outras.
Como já havia referido aqui, quero tornar o Leite Condensado às Colheradas num espaço aberto a outras perspectivas e mais pedagógico.
Assim, deixo-vos um bocadinho da minha sapiência, adquirida na organização das muitas festas que passaram pelas minhas mãos (e alma), durante o meu percurso académico.
Espero que aproveitem!
Como agir quando se bebeu demais e está com os seguintes sintomas (manual prático):
SINTOMA: Pés frios e húmidos.
CAUSA: Estás a segurar o copo pelo lado errado.
SOLUÇÃO: Gira o copo até que a parte aberta esteja virada para cima.
SINTOMA: Pés quentes e húmidos.
CAUSA: Fizeste xixi.
SOLUÇÃO: Vai secar-te na casa de banho mais próxima.
SINTOMA: A parede à tua frente está cheia de luzes.
CAUSA: Caiste de costas no chão.
SOLUÇÃO: Coloa o corpo a 90 graus do solo.
SINTOMA: O chão está embaçado.
CAUSA: Estás a olhar para o chão através do fundo do teu copo vazio.
SOLUÇÃO: Compra outra cerveja ou similar.
SINTOMA: O chão está a mover-se.
CAUSA: Estás a ser carregado ou arrastado.
SOLUÇÃO: Pergunta se estão a levar-te para outro bar.
SINTOMA: O local ficou completamente escuro.
CAUSA: O bar fechou.
SOLUÇÃO: Pergunta ao barman o endereço da tua casa.
SINTOMA: O motorista do táxi é um elefante côr-de-rosa.
CAUSA: Bebeste e não foi pouco.
SOLUÇÃO: Pede ao elefante que te leve para o hospital mais próximo.
SINTOMA: Estás a olhar um espelho que se move como a água.
CAUSA: Estás a vomitar numa sanita.
SOLUÇÃO: Enfia o dedo na garganta
SINTOMA: As pessoas falam produzindo um misterioso eco.
CAUSA: Estás com a garrafa de cerveja na orelha.
SOLUÇÃO: Deixa de ser palhaço.
SINTOMA: A pista move-se muito e a música é muito repetitiva.
CAUSA: Estás numa ambulância.
SOLUÇÃO: Não te mexas. Possível coma alcoólico.
SINTOMA: A fortíssima luz da pista está a cegar-te os olhos.
CAUSA: Estás na rua e já é dia.
SOLUÇÃO: Tenta encontrar o caminho de volta para casa.
SINTOMA: O teu amigo não liga ao que tu dizes.
CAUSA: Estás a falar com um marco dos correios.
SOLUÇÃO: Procura o teu amigo para que ele te leve para casa.
quinta-feira, maio 10, 2007
Traumas da vida adulta - Como se desfaz a alegria de um pai com uma frase
A minha família é marcadamente alentejana e com muito orgulho. A alentejanice está-nos na pele, no andar, no estar, nas entranhas, no suor, no odor que exalamos. Como tal, pesca, caça, cavalos, toiros e outras actividades no campo são coisas corriqueiras desde criança. As temporadas em família, na casa da minha avó, eram simultaneamente uma aventura e um tormento, por me encontrar apenas entre primos varões. Rapidamente, me acostumei às carpas, aos achigãs, aos tordos e às perdizes, na sua condição de presas na escala da cadeia alimentar.
O espírito do homem viril, provedor e capaz é bastante cultivado no nosso clã e, enquanto criança, lá levava as habituais patadas, quando queria entrar nessas “brincadeiras”, que para os meus tios e primos eram reservadas ao foro masculino.
Por vezes, perante tantas recusas e entraves, desistia da demanda de me tornar um par, entre aqueles corajosos capturadores, e lá ficava, no baloiço do quintal da minha avó, no meio das laranjeiras e romãzeiras, a sonhar que montava um garboso garanhão creme.
Entretanto, cresci e, durante esse processo, tal como a minha prima mais velha, que airosamente se escapava aos Setembros em Alvito, consegui provar, a olhos bem vistos, que monto, caço e pesco melhor que qualquer um dos machos do clã. Tirando um primo, que nasceu a toirear e vive as lides e faenas lá para os lados da Golegã, esta moça é de raça pura e por nada se deixa bater.
Domingo à noite, o meu pai, alentejano desde o velho chapéu de feltro às botas ensebadas que denunciam os quilómetros de campo galgado, regressa de mais uma caçada.
Orgulhoso, larga os despojos da matança no chão, encosta a espingarda junto à porta, encova o chapéu na cabeça, com o gesto característico, e solta:
- Desta vez, correu-me muito bem! Nem imaginam o que apanhei! – Os olhos brilham, um misto de caçador voraz e de menino ao desembrulhar a garagem para automóveis, na noite de Natal.
- Diz lá, pai! Apanhaste um gambozino! – Riposta o meu irmão.
- Não foi nada! O tio foi ali ao talho do Continente e trouxe uma lebrezita dos produtos regionais! – Risadas da família em peso.
Habituado às típicas piadas sobre os seus dotes “caçadoiros“, responde embevecido:
- Apanhei uma corça! Deviam ter visto! Nem queria acreditar quando apareceu mesmo à minha frente! Que belo animal! E que belo repasto que vai dar! – Desembrulha o saco ensanguentado que envolvia os pedaços de carne que ainda pulsavam a vida da majestosa criatura.
Envolvida pela imagem, com o lábio inferior a tremer, soltei uma lágrima e insurgi-me:
- PAI, TU MATASTE A MÃE DO BAMBI!!!!
Escusado dizer que o serão ficou por ali e ainda devo uma vida em recompensas e arrependimentos ao meu pai, por lhe ter estragado o momento…
O espírito do homem viril, provedor e capaz é bastante cultivado no nosso clã e, enquanto criança, lá levava as habituais patadas, quando queria entrar nessas “brincadeiras”, que para os meus tios e primos eram reservadas ao foro masculino.
Por vezes, perante tantas recusas e entraves, desistia da demanda de me tornar um par, entre aqueles corajosos capturadores, e lá ficava, no baloiço do quintal da minha avó, no meio das laranjeiras e romãzeiras, a sonhar que montava um garboso garanhão creme.
Entretanto, cresci e, durante esse processo, tal como a minha prima mais velha, que airosamente se escapava aos Setembros em Alvito, consegui provar, a olhos bem vistos, que monto, caço e pesco melhor que qualquer um dos machos do clã. Tirando um primo, que nasceu a toirear e vive as lides e faenas lá para os lados da Golegã, esta moça é de raça pura e por nada se deixa bater.
Domingo à noite, o meu pai, alentejano desde o velho chapéu de feltro às botas ensebadas que denunciam os quilómetros de campo galgado, regressa de mais uma caçada.
Orgulhoso, larga os despojos da matança no chão, encosta a espingarda junto à porta, encova o chapéu na cabeça, com o gesto característico, e solta:
- Desta vez, correu-me muito bem! Nem imaginam o que apanhei! – Os olhos brilham, um misto de caçador voraz e de menino ao desembrulhar a garagem para automóveis, na noite de Natal.
- Diz lá, pai! Apanhaste um gambozino! – Riposta o meu irmão.
- Não foi nada! O tio foi ali ao talho do Continente e trouxe uma lebrezita dos produtos regionais! – Risadas da família em peso.
Habituado às típicas piadas sobre os seus dotes “caçadoiros“, responde embevecido:
- Apanhei uma corça! Deviam ter visto! Nem queria acreditar quando apareceu mesmo à minha frente! Que belo animal! E que belo repasto que vai dar! – Desembrulha o saco ensanguentado que envolvia os pedaços de carne que ainda pulsavam a vida da majestosa criatura.
Envolvida pela imagem, com o lábio inferior a tremer, soltei uma lágrima e insurgi-me:
- PAI, TU MATASTE A MÃE DO BAMBI!!!!
Escusado dizer que o serão ficou por ali e ainda devo uma vida em recompensas e arrependimentos ao meu pai, por lhe ter estragado o momento…
segunda-feira, maio 07, 2007
Os portugueses, esse grande povo do malhão e do vira
Não é novidade alguma que Portugal tem um vasto espólio histórico e cultural.
Mas, como não há bela sem senão, ou para tudo existe um “mas”, ou porque ninguém quer colidir com o equilíbrio natural das forças centrífugas e centrípetas do universo, existe realmente um grande “contudo” nesta história: as danças tradicionais populares portuguesas.
O legado destas é coisa para, digamos, ter os olhos marejados em lágrimas do desalmado desgosto que provoca. É de fazer birra, ir ao chão, espernear, dar pontapés às pernas da vizinha de cima e berrar como uma cigana em dia de feira.
As nossas danças tradicionais populares são anti-dança. São pobres em expressão e libertação corporal. Onde está a sedução de um Bailinho da Madeira ou de um Vira? Certamente, nos vinhos regionais… Por que razão nenhuma alminha acordou com a ideia latejante no cérebro de encastoar as influências africanas, tão ricas em movimento? Decoro, amigos. Em prol do decoro, levantamos os braços e rodopiamos com o corpo hirto, quais peões de corda num prato de loiça.
Daí as minhas constantes recusas para idas à discoteca. Festas de Hip Hop, de salsa, ragga, locais pejados de bailarinos e amantes desta arte, fazem as minhas delícias. Discotecas, nem pensar! Assim, e para grande irritação dos meus amigos, ultimamente, apenas e só apenas frequento aqueles meios.
Qual é o meu problema? Simples, o homodisconightus, o habitual frequentador da noite portuguesa. O típico desloca o peso de um calcanhar para o outro, “Zé saltitão/Maria saltitona” e está a arrasar na pista. Que deixa cair o queixo e fecha os olhos a medo perante algo mais elaborado do que um “um dois, um dois”. Que nos observa como se fossemos ratos de laboratório, que aprenderam a preencher a declaração para o IRS enquanto fazem um ensopado de borrego.
Tenho verdadeira urticária ao homodisconightus. Mais facilmente oscularia apaixonadamente as alforrecas do rio Sado, do que conviveria com essa criatura.
O abanar hemítropo da cabeça, enquanto segura o copo, com ar de que lhe enfiaram uma vassoura desde o traseiro ao cocuruto, não engana ninguém!
Ele é o tetra-tetra-tetra-neto, grande descendente em linha directa, do pai do Vira.
Mas, como não há bela sem senão, ou para tudo existe um “mas”, ou porque ninguém quer colidir com o equilíbrio natural das forças centrífugas e centrípetas do universo, existe realmente um grande “contudo” nesta história: as danças tradicionais populares portuguesas.
O legado destas é coisa para, digamos, ter os olhos marejados em lágrimas do desalmado desgosto que provoca. É de fazer birra, ir ao chão, espernear, dar pontapés às pernas da vizinha de cima e berrar como uma cigana em dia de feira.
As nossas danças tradicionais populares são anti-dança. São pobres em expressão e libertação corporal. Onde está a sedução de um Bailinho da Madeira ou de um Vira? Certamente, nos vinhos regionais… Por que razão nenhuma alminha acordou com a ideia latejante no cérebro de encastoar as influências africanas, tão ricas em movimento? Decoro, amigos. Em prol do decoro, levantamos os braços e rodopiamos com o corpo hirto, quais peões de corda num prato de loiça.
Daí as minhas constantes recusas para idas à discoteca. Festas de Hip Hop, de salsa, ragga, locais pejados de bailarinos e amantes desta arte, fazem as minhas delícias. Discotecas, nem pensar! Assim, e para grande irritação dos meus amigos, ultimamente, apenas e só apenas frequento aqueles meios.
Qual é o meu problema? Simples, o homodisconightus, o habitual frequentador da noite portuguesa. O típico desloca o peso de um calcanhar para o outro, “Zé saltitão/Maria saltitona” e está a arrasar na pista. Que deixa cair o queixo e fecha os olhos a medo perante algo mais elaborado do que um “um dois, um dois”. Que nos observa como se fossemos ratos de laboratório, que aprenderam a preencher a declaração para o IRS enquanto fazem um ensopado de borrego.
Tenho verdadeira urticária ao homodisconightus. Mais facilmente oscularia apaixonadamente as alforrecas do rio Sado, do que conviveria com essa criatura.
O abanar hemítropo da cabeça, enquanto segura o copo, com ar de que lhe enfiaram uma vassoura desde o traseiro ao cocuruto, não engana ninguém!
Ele é o tetra-tetra-tetra-neto, grande descendente em linha directa, do pai do Vira.
quarta-feira, maio 02, 2007
Qualidades
Imaginem que, aos meus francos talentos naturais, juntava uma voz destas.
Era ou não a mulher perfeita?
Era vê-los embasbacados, a cair aos meus pés!
Todavia, a prudência da natureza fez com que nascesse sem este dote. Faz sentido. Seria perigoso. Aquelas coisas de "Ah, e tal, vou apoderar-me do mundo e todos vão fazer o que eu quiser!" poderiam facilmente acontecer. Assim, sem mais nem menos. Perante a total e triste desarma do restante planeta, que imediatamente sucumbiria com a aparição da mulher perfeita.
Depois ainda dizem que o nosso mundo não tem nexo, ordem ou razão de ser!
Era ou não a mulher perfeita?
Era vê-los embasbacados, a cair aos meus pés!
Todavia, a prudência da natureza fez com que nascesse sem este dote. Faz sentido. Seria perigoso. Aquelas coisas de "Ah, e tal, vou apoderar-me do mundo e todos vão fazer o que eu quiser!" poderiam facilmente acontecer. Assim, sem mais nem menos. Perante a total e triste desarma do restante planeta, que imediatamente sucumbiria com a aparição da mulher perfeita.
Depois ainda dizem que o nosso mundo não tem nexo, ordem ou razão de ser!
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Dúvidas e questões existenciais
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