quinta-feira, janeiro 25, 2007

O maravilhoso mundo da dança...


Os meus olhos cruzam a vidraça. Várias figuras percorrem o corredor. Os passos apressados são subitamente abrandados pelos olhares encantados pelo ritmo da aula. “Deve estar a chegar”.

- Ok. Mais uma. Esqueçam a coreografia. Sintam a música.

Inspiro profundamente, concentração. Solta-se a música. - Oito, sete, seis... - Relanço novo olhar através da parede de vidro. Era ele! “Ok, concentra-te! Sorri!”.

- ...dois, início! - Deixo-me levar. A música grita e apodera-se de todos os sentidos. Vibra, contagia, os corpos transpirados acompanham. Cada tempo seduz e comanda o meu corpo, que desliza, arqueia, ondula em movimentos mais ou menos vigorosos e alinhados.

Meio hipnotizado, observa através do vidro. Reduz o andar. Fito-o e sorrio. “É agora, concentra-te!” O estômago aperta. Ondulo a cintura, dois passos, deslizo, duas piruetas, arqueio as costas, pé atrás e... e... (desequilíbrio) BUM! Estatelo-me no chão como se não houvesse amanhã!

A música para. - Estás bem? – pergunta a sala em uníssono.

- Sim – respondo com um sorriso amarelado. O meu rosto deve estar ao rubro, com o calor que sinto nas faces... Massajo o tornozelo dorido, levanto-me e peço música. Repito tudo novamente, desta vez com menos paixão e com o aviso do tornozelo incomodado.

“Isto não me aconteceu!” Vinte e uma horas, arrasto-me para fora do balneário, revendo vezes sem conta a mesma cena patética. Desato à gargalhada. Vendo bem, teve muita piada!

- Então, num minuto estás a cair, no outro já estás a rir sozinha? – Levanto o rosto. Os mesmos olhos observadores. – Que queda! Estavas fantástica! Magoaste-te? Precisas de boleia? – Sorriso. “Afinal não está tudo perdido!”

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Coluna "Não tente isto em casa, nem fora de casa, nem onde quer que seja"


Consequência N.º 1:

Voltar à Calzedonia e comprar um novo par de meias, desta vez decente e com o fim apropriado.

Lá porque as meias da Calzedonia, tamanho único, abaixo do joelho, sejam feitas para nórdicas, altas, espadaúdas e pernilongas e a nós nos sirvam bem acima do joelho, não quer dizer que as usemos assim.

Mesmo que sejam côr de beringela, mesmo que tenham um padrão espetacular e hipnotizante, mesmo que sejam lindas de morrer.

Depois não digam que não avisei.

sábado, janeiro 20, 2007

Viagens


Sexta-feira, dez da noite. Frente a frente, vão sentadas quatro pessoas. Três mulheres e um homem. A carruagem do metro para nas Laranjeiras, entra uma mulher com o filho nos braços e sentam-se nos bancos do lado direito. A criança, que não devia ter mais de dois anos, brinca no banco e vai fazendo comentários acerca de alguns passageiros. “Aquele senhô que saiu é um maroto!” (risos pueris) “Mãe, mãeeeee, aquele senhô é peto, não é?” (mais risos).

Três mulheres e um homem. Ele, com a cabeça afogada no Diário Económico, relia, pela enésima vez, o artigo correspondente ao espaço jornalístico comprado pela sua empresa. Ou simplesmente pensava nos bilhetes para o próximo jogo do Benfica. As mulheres, embevecidas, sem qualquer noção da sua figura, fitavam a criança, como quem olha para uma sobremesa proibida. Eu até jurava que quase se via o fiozinho de baba a sair daqueles sorrisos descontrolados…

Apercebendo-se que não passava despercebida, a criança continuava a brincadeira, como um verdadeiro artista presenteia os seus espectadores. Com aquela graça que apenas os miúdos têm. Espreita pelo encosto do banco e faz caretas alegres aos mais distraídos.

“Próxima estação, Marquês de Pombal. Há correspondência com a linha ama…” – “Já?” – penso – “Realmente o bichinho feminino é cá uma coisa…” Pestanejo.
O homem enfiava cada vez mais a cabeça no jornal, notoriamente alheio ao resto do mundo. Por sua vez, as mulheres, impávidas, completamente torcidas para o lado, estavam com o mesmo ar que os bonecos animados têm quando levam uma pancada na cabeça e vêm os passarinhos a chilrear à volta. Passarinhos azuis e gorduchos a ensaiar voos elegantes à volta daquelas cabecinhas. Trinados harmoniosos. Oiço trinados harmoniosos. Pestanejo outra vez e acordo para a dura realidade. Eu era uma delas… P.D.I.!!!!!!

No dia seguinte, Sábado, novamente no regresso das piruetas ginasticadas do Wellness, lá estava a percorrer o mesmo trajecto. Desta feita, o relógio marcava as 13h15. “Agora é que não me apanham.” O cansaço ajudou e, após ter despachado vorazmente o pastel de maçã comprado no Celeiro, encostei-me, abracei a mochila, estiquei um pouco as pernas e cerrei os olhos com aquela vontade enorme de não os voltar a abrir tão cedo.

“Moça, moça!” – Sinto uma leve pancadita na minha mão. – “Nossa, que unhas lindas! Deixa eu ver.”

Meio a dormir, meio acordada, lá estico as mãos, digladiando-me com o porquê de estar a ser acordada por duas estranhas só para me verem as unhas. Abro os olhos a custo e sinto a voz ainda entaramelada resultante da sesta improvisada. “Nossa, é você quem faz?” As duas brasileiras pareciam animadas e lá debitaram as mil dificuldades de manter umas unhas bonitas. Sorriso amarelo e agradeço. Sempre é melhor que estar a babar por ver uma criança…

“Próxima estação, Senhor Roubado…” Agarro a mochila, despeço-me com uma “boa tarde” e apresso-me para a saída.
Com sorte, amanhã ainda encontro o João Baião aos pulos no metro. E querem vocês que deixe de utilizar os transportes públicos…

quarta-feira, janeiro 10, 2007



Bom dia, bom dia!

O sol brilha, os passarinhos cantam... errr... não... o dia está horroroso e o único pássaro que canta é ali o meu Raggae a assobiar o "Verão Azul".

Por isso, nada como uma musiquinha para animar!

Uma daquelas aos meus ritmos...

Logo há piruetas encarpadas com um bounce especial no Hip Hop (e viva as 4ªs-feiras!!)!

Beijosss

X.

P.S.- Desculpem lá, mas esta música não tem videoclip e não arranjei outra forma de a colocar aqui. Aceitam-se sugestões!

terça-feira, janeiro 09, 2007

Esperneem à vontade



Fios de seda imaculada e cuidadosamente tecidos da minha camisola preferida,

Podem espernear, podem fazer o que quiserem. Podem dizer que é foleiro, que não é para a nossa idade. Podem dizer até que é um produto da TVI (mas Xana, é um produto da TVI!!! Onde tens a cabeça???).

Façam o que fizerem, digam o que disserem, para mim estes meninos estão lá no alto. E não é pelo facto de o baterista treinar lá no Well e ser um amor de tão tímido que é que tenho esta posição. Nem pelos seus lindos olhos e acrescento já que nenhum deles cai no meu tipo de homem (Fácil. São miúdos... quem sabe daqui a quinze anos...).

É que gosto mesmo deles. Da música...

E, por favor, não os venham comparar à Floribela, porque se existisse justiça neste país, já tinham calado a boca àquela impertinente que nem português aprendeu ainda a falar. Empregada que grita com os patrões, chama de bruxas aos patrões devia estar na rua. Era mesmo eu que pagava a uma insolente, que não só é um atentado à moda como não sabe fechar a matraca. (Já agora, alguém já a viu a trabalhar?).

Tirando este "à parte", voltamos ao que interessa.

Gosto deles. E não gosto apenas de uma música. Gosto de várias. Vejam por vocês. Fora de preconceitos. 4Taste

Beijos,

X.

P.S.- Eu aproveitava ainda para confessar que, de vez em quando, assisto à série, mas ainda me enchem o computador de vírus ou algo pior...

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Carta ao Pai Natal


Primeiro fiquei preocupada. Mas o que é que lhe aconteceu? Será que o Rudolf raptou o Pai Natal? Será que ficou entalado nalguma chaminé menos portentosa?

Enfim... Já que ninguém ligou "peva" à minha carta ao Pai Natal, decidi torná-la pública, para que possam ainda proporcionar-me um Natal "à espanhola" e presentear-me no Dia de Reis...

Querido e fofinho Pai Natal (leia-se, nervuras das minhas folhas de alface, moedas cintilantes do meu cinto de odalisca, pastéis de Belém ainda morninhos salpicados com canela, piruetas rodopiadas, vulgos amigos),

Este ano portei-me muito bem, mas mesmo muito bem! A minha mãe que o diga! Não tenho tocado nos chocolates (nos últimos três dias), tenho o trabalho em ordem e os clientes satisfeitos, dou beijinhos ao Raggae todos os dias (e pão integral, folhas de espinafres e Fitness da Nestlé, que ele adora) e até fiz a vontade às quinhentas alminhas quem me conhecem e lá tirei a carta (Sim, fiz exame de condução ontem. É verdade, escusam de sacudir a cabeça e tirem lá esse ar incrédulo.).

Por isso aqui ficam os meus pedidos para o Natal, pela ordem de preferência:

1 - um SLK (cinza claro ou preto);
2 - um Volvo carrinha último modelo (com as mesmas preferências cromáticas);
3 - um jipe, porque há sempre mais respeito pelas mulheres que conduzem jipes...;
4 - Seus forretas, ok... um ibiza. Sim, pod ser de dois lugares mas TDI, please!
5 - um C3 pluriel (porque um carro versátil tipo lego tem muita pinta);
6 - ok... um C3 normal... em segunda mão???!!!;
7 - Um boguinhas igual ao do Mr. Bean????? Mas... Mas... então, AMIGOS, e a minha segurança? e o meu conforto? E um automóvel que combine com o meu porte elegante e o meu charme???
8 - Ok, ok, ofereçam lá o porta chaves... Ahhh.... eu vi uns muito giros numa lojinha simpática ali na Av. da Liberdade... não há que enganar... o monograma é LV... o preço é coisa pouca... muito acessível!

Já sabes, Pai Natal, deixo-te o copo de leite morno e a bomboca de morango do costume.

Um grande beijinho e boas festas,

X.

P.S. - Sem presente, não há forma de compensar as vezes em que todos vós levaram o carro nas saídas... e mais não digo!