quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Ao zurumrum que anda por aí na blogosfera por causa da oferta de uns telemóveis, patrocínios e afins,



Nestlé, querida, onde andas com a cabeça?

Quase quatro anos de amor e dedicação incondicionais e tu nada, tou nem aí, nem um carregamento semanal da iguaria, de preferência versão Leite Moça com ida e volta incluídas.

Humpf.

Não sei se já vos confidenciei


mas a minha profissão verdadeira é a advocacia.

Oh, well... Nem todos podem ser o Clark Kent, que despe a roupa numa cabine telefónica para ficar em licra e salvar o mundo, ou a Alexandra Maria, que despe a toga para ficar em meias de rede e demonstrar como assassinou o marido.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Dia 5 de Março, Sexta-feira

Vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!

Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!

Pareço uma criança? Ainda bem.

Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!
Dia 5 de Março, Sexta-feira, vou ao Porto dançar o Cell Block Tango!

Será assim tão mau


acordar a pensar e desejar caipirinhas?

Ontem cheguei a casa tardíssimo da dança, sentei-me em frente ao computador (Deprimente, bem sei mas o Reggae já dormia há muito pelo que fiquei sem companhia.) e só me apetecia uma caipirinha. Duas, quatro ou cinco, um jarro inteiro, precedidas de sushi.

Hoje, acordei na mesma mas sem cachaça e limas em casa (Que falha imperdoável!), não pude substituir o tradicional leite de soja com estrelitas.

Cheira-me que necessitarei de álcool o dia inteiro. Apetece-me enfrascar-me, entornar-me, sambar no copo, ganhar asas e depois cambalear pela rua, beber caipirinhas como quem engole litros de água em épocas de dieta, uma de cada sabor.

Vá, não se queixem.

Não pode ser sempre o chocolate.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Eureka!


Não foi uma descoberta científica mas tenho a informar que, pela primeira vez nesta vida crua e dolorosa, fiz um split (espargata) verdadeiramente espectacular e à séria (Daqueles em que se cai directamente no chão, sem olhar ao amanhã e ao depois de amanhã.).

Também posso adiantar ainda que, nos próximos cinquenta anos, a probabilidade de vir a ter filhos/treinar de algum modo para isso é praticamente inexistente.

E agora, com "patrocínio" do I Can Read, algumas coisas deprimentes








(Ainda não...)


Post muito importante e sério


Preciso mesmo de ter uma conversa séria com alguém. Preciso de desabafar. Preciso de um travão.

O problema é que esta é aquela conversa que não posso ter com ninguém. Morreria de vergonha. Nunca mais me olhariam com os mesmos olhos. Mais facilmente atirar-me-ia de um vigésimo andar do que abriria a boca.

Quando pensei no assunto, passei o dia a vomitar.

Entretanto, já começo a habituar-me à ideia. Tem dias, horas, minutos... nanosegundos.

Posto isto, porque não posso mesmo ter esta conversa, porque não vou ter nenhum travão, nenhuma chapada àspera e merecida no rosto, abismo aqui vou eu.

Asneira da grossa vem aí.

Ninguém disse que a vida é fácil.

Não há desculpas. Somos nós que fazemos as escolhas.

Sou e serei responsável por esta.

domingo, fevereiro 21, 2010

Alguém podia chamar a atenção


à(s) pivô(s) da TVI de que ainda estamos em Fevereiro.

De que está um frio do caraças.

E que, a julgar pela quantidade de tecido que as cobre, pelo menos na parte de cima, lá para Julho/Agosto teremos uma reedição do Nutícias.

Minhas caras, Paula Coelho há só uma, tá?

*Já sei, esta imagem data de Agosto. Espreitem os noticiários da última semana e vejam a diferença.

Depois do post abaixo


Aquela ideia de vir a ser acompanhante de luxo não parece assim tão absurda.

Cada um tem o que merece

Oh Deus.

Não há como negar, tapar com a peneira ou com a vaca da Ale-Hop, a verdade é que estou apaixonada. Continuo. Qualquer coisa do género.

Não há como bater o pé a duzentos à hora, mesmo com meses e meses de distância e sem contacto, dá-me cabo da cabeça, do juízo, queria eu ter escapado a tempo (Assim sempre anunciei.), não.

O que dizer em minha defesa? Fui apanhada desprevenida. Relaxei e deixei-me levar. (Não é o que dizem vocês também?) Olha a tonta. Deviam existir dizeres ou provérbios antigos para mulheres palermas como eu. E penitências. Bem, outro tipo de penitências.

E o botão on-off do coração? Por esta altura já deveria ter um. Depois da anterior, pensei que tivesse. Depois? Dei por mim embrulhada. "Vou resistir. Vou resistir. Nada temam, já resisti." Mentira. Apanhadíssima.

Não me serve de nada. Não venham cá dizer-me para lutar. Para isso, teriam que existir dois interessados (E não só eu, caramba!). Não tenho que ser tolinha e arranjar desculpas para esconder o óbvio.

É caso para dizer, cada um tem o que merece.

Não é presunção ou vaidade minha. Tenho homens impecáveis que me adoram. É sempre assim. Ando a suspirar pelo sacana e aparecem dois ou três que fariam tudo por mim.

Mas não consigo. Não consigo aproveitar toda essa vantagem. Dou-lhes tanto para trás. Não ligo nenhuma. Bem feito, para mim. Depois, tenho o que mereço. É um karma da treta. Não consigo dar-lhe a volta.

Devia era casar-me com o primeiro impecável que aparecesse à minha frente. Ter carradas de filhos, dois piriquitos, um gato, três cães e esquecer, de uma vez por todas, esta tontice d(o amor)a paixão.

Só queria o botão off. É terrível. É que, por pior que seja, olho para ele e só vejo bondade. Nem que seja lá no fundo, no fundinho das entranhas.

Quer dizer, ele até não é muito mau. Aquelas trocas todas foram por estar confuso. E carente. Ele é humano. É mais que compreensível. Se fosse eu, talvez fizesse pior. Sim, definitivamente. E ficava tão bem comigo. Dizia coisas bonitas. Sentidas. Tenho a certeza que eram sentidas. Os olhos diziam tudo. Talvez tenha saudades e o silêncio apenas revela timidez e alguma vergonha.
Estão a ver?

Cada um tem o que merece.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

O Carnaval acabou?


Mas o samba está no pé e o pé no samba.

Só para avisar que,


À semelhança dos anos anteriores, o(a) primeiro(a) chico(a)-esperto(a) que, após as primeiras/segundas/terceiras (...) manifestações de calor, se lembrar de mencionar que está um calor que não se pode e aguenta,

Juro que lhe espeto uma máquina de gelo rabo acima.

Homens, esses seres histéricos


Rainha do gelo foi a última que ouvi.

Dias antes, foi um "És muito emotiva. Tudo contigo é tão intenso!" (Também em género de crítica.)

Bébés, compostura, sim?

Aguentem as canetas, vão a votos, façam sentido. Ao fim ao cabo, (dizem que) vocês é que são o sexo protector e seguro e tudo o mais.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Faz-se o que se pode





E já que hoje estou tão produtiva

Fica a música que me lembro sempre quando recebo os convites para um cinema, do estagiário que tentou comigo o engate, no Urban (Deviam ter visto a cara dele, quando lhe disse que tinha trinta anos. Engoliu em seco e soltou um tremido "Pensei que tinhas vinte e dois...").
Volta e meia, convida-me para o cinema.
Inevitável.
Imediatamente, a música começa a tocar na minha cabeça, desato a rir ao reviver mentalmente "o vacilo".
Mas a música é gira. Ah e aquela coisa de ser Carnaval...


Eu quero lá saber do dia dos namorados


É o Carnaval que está a dar cabo de mim.

E os posts da Mónica Marques. Sim, Mónica, o meu pipi está gelado. (E nem de propósito. Veja só o meu biquini.)

Hoje, sequer abri as persianas de casa. Levei imediatamente com um "Estás doente?"

Não, quer dizer, só um pouco (penso no cliché, dói-me a alma e calo-me). Não aguento as cores que alcanço para lá da janela.

Não sei se já vos aconteceu, visitar um lugar que nem sequer vos dizia grande coisa e descobrirem que, afinal, é lá que se sentem em casa como em nenhum outro sítio se sentiram. Assombroso.

Tenho saudades, caramba.

De tudo. Das cores, dos cheiros, dos sabores, da proximidade própria da cultura daquela gente.

Do sampa.

Tenho saudades, saudades e saudades.

Mas quando vais de férias, vais sempre para aí? Vou para lá a trabalho, de férias e em sonhos.

Recordo a última visita, o negro da praia a exclamar "Pô, você não é carioca? Você não é a não sei das quantas, filha daquela atriz de tv famosa?" e o seu ar de desconfiado e enganado com a minha resposta negativa. "Aí, moça, não engana não. Aqui na minha barraca, você é vip e pode pagar tudo só lá no finalzinho do mês."

Eu não quero ser filha de actriz (nem de atriz) famosa.

Mas já maldisse-me pelo curso e profissão que optei, porque não tirei um daqueles que é igual em toda a parte do mundo, lá espreito a página da Ordem dos Advogados, diz que é necessário reconhecer o curso na universidade lá, talvez fazer um ou outro exame e, depois, o exame da Ordem.

O direito é uma merda. Soubemos deixar a calçada portuguesa e as padarias e nem um pouco (tanto, muito) de família romano-germânica? Só para facilitar um pouco?

Sejamos conscientes. Até os exames feitos e passados com honras, faço o quê? Nem tenho coxa grossa para ser garota de programa.

Em todo o caso, gente, estou aprendendo a fazer sanduíche.

(Eu e os aeroportos...)

Post Secrets que podiam ser meus VIII



Qual é a novidade?

domingo, fevereiro 14, 2010

Cautela!



Esta noite, as cupidas sairão à rua.

sábado, fevereiro 13, 2010

Basicamente,


(E aparentemente), o Sonasol que deixa as mãos macias, deixou apenas uma bela panóplia de borbulhinhas vermelhas espalhadas por todos os centímetros visíveis e invisíveis de pele.

Ainda compareci ao ensaio, temerosa por, mais uma vez, vir a ser motivo de chacota pelo meu novo visual.

Foi ela por ela, porque:

Uma está com um terçolho e, consequentemente, com um olho à Quasimodo;

Outra, teve uma má experiência no cabeleireiro e, acreditem, nem eu vos consigo bem descrever o resultado cor/corte, se é que podemos chamar àquilo cor/corte (seria antes cabelo chamuscado);

Uma desgraçou o joelho, pelo que o andar sexy implica um coxear nada discreto;

Outra ainda, lembrou-se de torcer o pé no ensaio. Estou para ver como é que hoje calça o que for que não seja um par de Havaianas.

Estão a ver? É por isto que gosto das pessoas da dança. São solidárias não só nos interesses mas também nas maleitas.
Isto sim é dedicação e amizade.

Sai um belo grupo de Divas!

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Estar doente


Com trabalho, preocupações, ensaios e stresses é bonito.

Hoje, levantei-me a custo, com o corpo a indicar que havia sido a piñata de uma festa mexicana qualquer do outro lado do oceano.

Constatei, feliz, que não estava fungosa, ao invés, cuspi duas ou três bolas de muco esverdeado, cobertas de sangue.

Tenho uma sede desgraçada mas não consigo engolir um pingo de água sem passar previamente pelo microondas. São farpas. As farpas de Ramalho Ortigão, todas elas alojadas na minha garganta.

Litros de chá, intercalados com Dafalgan ou mel e limão.

Tudo o que toco deve estar com índice de contaminação nuclear.

Bebo o chá, despejo imediatamente na caneca àgua a ferver e Sonasol, daquele que mantém as mãos macias, para que fique de quarentena na bancada, antes de ir à lexívia.

De seguida, dissolvo a pastilha de Dafalgan na caneca ao lado. Sim, é uma verdadeira linha industrial de montagem de canecas na bancada.

Reviro os olhos, franzo o nariz porque detesto o sabor amargo do medicamento, sustenho a respiração, pego na caneca do lado direito e emborco de uma vez todo o conteúdo.

Caneca errada, acabei de engolir um quarto de litro de Sonasol, daquele que deixa as mãos macias.
Posto tudo isto,

Será que, logo, conseguirei aparecer aos ensaios?

Será que, amanhã, serei verdadeira diva ou antes Popota fora de forma?

Será que vocês todos visitar-me-ão no hospital, com caixas encarnadas de bombons aos corações?
Será que, mais uma vez, perderei o dia dos namorados, por motivos de saúde?

São demasiadas dúvidas e os meus olhos já vislumbram arco-íris.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Sábado sou uma diva

Sim, o que é que julgam?


O pé levou um gigantesco tratamento de "fisioterapia", que incluiu fortalecê-lo à força com relevés e as pontitas novas (as tais Bloch Serenade Strong, cuja base de apoio é mais reduzida e puxa ainda mais pelo meu equilíbrio - abdominais).

Um mês de recuperação, propriamente dito, desde o reaprender a andar lentamente aos saltos e acrobacias que nem vos conto.

Não vos conto porque este Sábado vou demonstrá-los. Ah, pois é.

Sábado sou uma diva de mini saia, rendas e lantejoulas, nós lindas e fatais amarradas com fitas de cetim encarnado (Piroso é o último preto. Interiorizem.) e ele um trastre. Um sacana, com o love lockdown, in the closet, um get sexy desmesurado, quando ele aparece dá em bad romance, sem dúvida, não há cá videochamadas nem teleconferências, somos mesmo umas divas, o amor vai para o galheto, mas de forma muito pop.
Tudo muito urban striptease aerobics (googlem, youtubem, ora essa), num next level como quem diz, vamos lá misturar aqui outras coisas, não pode ser cabaret forever.

Entretanto, reencarnei de tal forma o personagem, sou tão diva que ontem baldei-me ao ensaio de Hip Hop para fazer ballet, só porque estava de mau humor. Se o meu professor ficou contente? Estou para ver que o Hip Hop ardeu, oh well, mais tempo para colar as pestanas falsas, yes I'm a diva.

E o que é que isto vos interessa?

Nada, pois claro mas fiquem a saber que os ensaios já deram em muita cotovelada e chapada, pontapé aqui, joelho esfolado alí, tudo para no Sábado ficar muito bonitinho e agradar ao nosso público, assim como quem diz, aos nossos namorados, amigos e familiares que literalmente ameaçamos, coagimos, obrigamos a por lá os pés. Também não é assim tão mau, no meio há sempre espaço para umas taças de mousse e perninhas de frango assado - ou feijoada (a explicação de distribuição de feijoada numa academia de dança envolveria muitos outros posts).

Além do mais, é sempre giro ver o ar de embasbacado dos namorados a olhar para nós como quem diz "quem és tu e porque é que não vejo esta faceta mais vezes?". É do striptease. Sem strip mas com urban lá pelo meio. "Oh, também quero dançar como uma Pussycat Doll!", disseram-me no outro dia.

É bonito, há muitos que torcem o nariz mas toda a mulher, mesmo secretamente, gostaria de libertar a sexy trashy woman que há em si, pelo menos num estúdio de dança.

Agora, tudo perfeito não fosse ontem deitar-me com um picozito na garganta. E hoje acordar com a cabeça a andar à roda. Vai de pastilhas Tantum, vai de mel com limão, vai de Dafalgan.
Há pouco, tirei a temperatura que marcava 36.8. Nada, dizem vocês. Esperem pela demora, digo eu.
Não, Universo! Não! Mau Universo! Para o castigo! Já tinha saudades da adrenalina de palco... Estava tão perfeita como diva. Botijas de àgua quente não combinam com diva, qual é a dúvida?
Enfim, se não me estatelar no meio do palco, serei aquela, a única sexy disfuncional Lady Gaga meets Rihanna espancada.
Entretanto, acabei de reler o post, atentem bem, os trinta são a nova adolescência e não permitam que vos convençam do contrário.

Esta coisa


de criar personagens é gira.


Vocês nem dão por ela.


Vinde a mim, dóceis cordeirinhos.
"Méééééééééé!"

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Nestes últimos dias, tenho reflectido muito.


Mentalmente, revivi vários momentos da minha vida e pus a mão na consciência.

Desde ontem, tenho tentado remendar as situações em que estive menos bem (ou mal mesmo, péssima, fui uma autêntica bruxa/terrorista) junto dos amigos, conhecidos, familiares e colegas.

Está mais do que na altura de ser adulta, usar a maturidade que os trinta ofereceram e dar a mão à palmatória.

Dizer " Estive mal. Desculpa.", "O meu feitio é péssimo e nao tive qualquer razão.".

Se não puder remendar, pelo menos reconhecer que fui uma besta ou uma borrega cruel e insensível.

Assim, estabeleci uma ordem, e momento por momento, data por data, iniciei a tarefa de anunciar os meae culpae.

Mesmo agora, enviei um email ao Pedro Lorenço, reconhecendo que fui uma cabra fria e indiferente aos seus sentimentos. Sublinhando que, lá por não me sentir atraída por ele, de todo mereceu o incomensurável desprezo por mim destilado. Apesar de toda a sua simpatia e admiração, apesar de sempre defender-me e elogiar-me, apesar de nunca ter oferecido qualquer razão para isso (pelo contrário).
Somávamos sete frescos anos, acabados de fazer.

É...

Ou rapidamente arranjo uma cunha lá em cima ou esperam-me tempos difíceis e intermináveis.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Blogger? I'm a reader.


Tanta mulher por aí inteligente, tanta mulher por aí interessante, tanta mulher por aí com capa, sem capa, com capa de fútil mas que revela o espírito perspicaz, com capa de inteligente mas que nada produz, apenas reproduz, ainda assim, talvez interessante, tanta, tanta mulher por aí que dá cor e sabor, que exala aromas, tanta, tanta que prazer me dá, em cada palavra que sorvo, da mesma forma que ataco a tablete de chocolate encontrada no fundo do armário, atrás das panelas que eram da avó.

E homens? São poucos. Quase nenhuns. Inexistentes. Dois ou três, vá lá, quatro ou cinco, mais que conhecidos, perseguidos e idolatrados por todas nós.

O resto enfada-me.

Mais uma vez, o universo está descompensado.
É como aquela história do "Quem disse que a vida é justa?" Merda para quem o profere.

O ser humano sabe lá viver sem a busca pelo equilíbrio?

A mim? Faz-me uma certa confusão.

Dá-me para escrever parvoíces como esta, sem qualquer sentido de estética ou decoro.

E a seguir, dá-me para a culinária.
Hoje, açorda de marisco.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Quando era pequena


Era uma miúda espirituosa, com ideias bem feitas e a sensação de que podia e iria fazer o que quisesse no mundo.

Emancipada, actual, vanguardista, moderna, career woman, com ideias distintas do meu papel na sociedade e dos homens na minha vida.

O príncipe perfeito era um dado adquirido mas não um dado desejado, assim como quem diz, primeiro estou eu, como mulher independente e realizada, depois virás tu, um amor mais que certo mas efervescente, tu que me adorarás sem limite e respeitarás o meu papel, tudo se conjugará na perfeição sem me ver anulada, na vida, pela casa, os filhos e as frustrações. O amor estará sem abdicações.

O papel, talvez, o principal, não se espantem, era miúda e, na minha cabeça, tinha pela frente um enorme palco em silêncio só para me escutar, não por vaidade mas porque tinha mensagens importantes a passar. Eu sou indivíduo. Eu importo. Eu faço a diferença. O mundo é aquilo que fizermos dele. Vamos fazer.

Isto tudo para dizer que, não obstante ter mantido várias dessas características, ou mesmo confessando, várias dessas ousadias, não obstante toda a desilusão associada aos trinta, o que foi feito e o que falta fazer, a crise económica, a falta de sexo, o sexo em demasia mas sem amor, as amizades traídas, os novos amigos, o telejornal que há muito deixei de seguir, as frustrações, o que não depende de mim, os sem-abrigo que encontro a dormir na entrada de uma porta qualquer (mas sempre a mesma) no caminho que faço todos os dias ao sair da academia de dança, o que aprendi, não obstante tudo isto, eis que surge, novamente, a sensação de poder, eu serei o que quiser.

Não há nada como arrumar, começar de novo é possível.

Nunca de novo.

Está bem, um novo fininho, de leve.

Bem, não era bem isto que queria dizer.

O que quero dizer é que o amor não é assim. Essa criança estava errada. O amor (o verdadeiro, i.e., por definição, no amor não há controlo, meaning o amor incondicional) não tem reservas (Correndo o risco de parecer ridícula, lírica ou ultrapassada, não é cliché, é a pura das verdades).

Por isso, se efectivamente existe, não há mas nem meio mas, largo tudo, mudo de continente, não me mudo de continente, ou, vendo bem as coisas, adio decisões (quem parte hoje pode muito bem partir antes amanhã).

A vida é para ser vivida não para ser preenchida de "e se's?".

Por conseguinte, o "e se?" lá teria sido muito maior, desgastante e infeliz do que um hipotético "e se?" cá.

Sendo assim, prolongo a Lisboa soalheira, os lanches no Atrium ao som do piano mesmo antes da aula de ballet, prolongo-o.

Melhor dizendo, aviões a partir existem a toda a hora.

Gosto de aeroportos assim como quem gosta de emoções. (Alguém já viu um aeroporto destituído de emoções?)

Só decidi começar pelas segundas.