sexta-feira, agosto 27, 2010

Alguém explica-me


Porque é que eu,

que sempre adorei crianças,

que tenho uma paciência de Job para as mesmas e não me aborreço nada ao cuidar delas,

que sempre fui A chamada para fazer de babysitter aos filhotes dos amigos,

que sou uma "child magnet", os putos adoram-me, nem preciso de abrir a boca ou conhecê-los para virem ter comigo para brincar,

que já passei pela experiência traumática de ter um miúdo de dois anos a chamar-me de mãe, em plena via pública, em frente ao pai e outros transeuntes que se encontravam presentes, noto, ser chamada de mãe, correr para mim e recusar-se a voltar com o pai, fazendo uma birra que não só foi feia como também muito traumatizante para os envolvidos,

que, pelo amor de Deus, estou nos trintas, deveria ter o relógio biológico aos cucos e em ebulição, vontades de jogar a pílula no lixo, furar tudo o que é preservativo à machadada e copular com todos os homens que aparecessem à minha frente, até acertar e encher a barriga,

Alguém explica, então, porque é que cada vez estou mais aterrorizada em vir a ter filhos, chegando ao ponto de ter pesadelos e ver a minha vida toda a andar para trás se tal acontecesse?

E algo que sempre me pareceu natural, desejável e justificável (Está mais que sabido que serei uma excelente progenitora e educadora.) tornou-se agora numa angústia sem fim?

Angústia, mesmo sabendo que não tenho namorado, que não sofro de paixão nem por um guardanapo e que, dada a minha vida social, a probabilidade de voltar a ter sexo ronda lá para 2038?

Eu quero muito.

Mas um cão.

terça-feira, agosto 17, 2010

(Post faz de conta que ainda não cheguei ou, quanto muito, que ainda não parti)


A respeito "daquele" assunto, por muito que teorizasse como é que cheguei àquele ponto, nunca encontrei as palavras, melhor, as justificações correctas.

Bem que a Catarina, que não conheces, insistiu para que lesse o livro que já correu quase todas as mãos femininas. Quando o fez, foi porque, para além de me achar uma cópia da personagem/escritora/narradora, esta falava de que pensar em ser bailarina, isso sim, seria desprovido de razão. Ambas rimos com as considerações.

(Cara Elizabeth, até esse assunto pode cair nas malhas do positivismo e trocar as voltas a muita ideia pré-concebida.

Estudar dança não é só para dançar. Serve também para coreografar, investigar, aplicar em terapias. O rol não é infindável mas é mais longo do que se julga com uma mente curta.

Ok, para dançar também. A dança só ganha com a maturidade, de preferência a interior a acompanhar a da pele. Logo você que está para o narrow minded assim como eu estou para favas e pimento. Não se admite, minha querida, embora seja incapaz de poupar-lhe um sorriso.)

Vai daí que fiquei perplexa com esta passagem. Está lá tudo. Tirando o "I have fallen in love more times than I care to count"... Isto sim, é coisa árdua de acontecer.

"I have a tendency not only to see the best in everyone, but to assume that everyone is emotionally capable of reaching his highest potential. I have fallen in love more times than I care to count with the highest potential of a man, rather than with the man himself, and I have hung on to the relationship (neste caso, ao homem) for a long time (sometimes far too long) waiting for the man to ascend to his own greatness. Many times in romance I have been a victim of my own optimism." - Eat, Pray, Love - Elizabeth Gilbert.

Cá está. Sem tirar nem pôr. E caí, como uma patinha, nessa hipótese de potencial.

No teu caso, presumo que seja exactamente o mesmo. Agarraste-te a uma ideia, criada por ti, e elevaste-a a um potencial que dificilmente se concretizará. Aliás, confirmo e tranquilizo-te. Sou péssima, terrível, uma nódoa na cama com pessoas pelas quais não estou verdadeiramente apaixonada.

Daí não querer (altero a minha opinião), não desejo ser a fantasia (seja lá que tipo for) de ninguém. Afinal, retiro a piada constante de uma fuga educada, à qual não sei se te habituaste. Afinal, não há graça alguma em chegar aos setenta e ainda escutar isso. Para mim, nem se equacionam as fantasias. Apenas os sonhos e esses, esses só têm piada se passíveis de serem concretizados. Caso contrário, são desperdícios. E desperdícios são isso mesmo. Não aproveitamento. Desperdícios.

E bem sei, não é novidade. Estas palavras terão o mesmo destino que tantas outras repetidas e idênticas já tiveram.

Tu irás ler, não vais (querer) compreender, vais aborrecer-te, vais estrebuchar, insultar-me umas quantas vezes, eu já não vou chorar mas já encolherei os ombros porque sei que, mais mês menos semana, mais ano menos semestre, estaremos a ter a mesma conversa e tu dir-me-às que tens saudades, enquanto eu dir-te-ei que esta brincadeira é gira e não passaremos nunca disto.

E depois? Depois, isso já não me parece assim tão mau.

sábado, agosto 07, 2010

Já agora,

Não abandonem ou esqueçam os animais.

Não tenho nenhum, sinto a falta do penudo como só eu sei, perdi um pedaço grande de mim, falta-me mesmo um animal. Ando sôfrega com os cães dos vizinhos, que rejubilam com o excesso de festas quando me encontram. Assim, sequer consigo compreender este flagelo, esta atrocidade.


Dêem também atenção aos canis de Braga e Setúbal.

Adicionem a "Adopta-nos" e a "Adopção de Animais" no Facebook e vejam a realidade, o desespero que é assistir ao melhor amigo e companheiro ir para abate.

Aviso que não é para todos os estômagos.

Depois disso, façam a vossa parte.


Eu, vou rezar para voltar e saber do desfecho da Bruna ou, quem sabe, encontrar um presente peludo à porta de casa.

Lisboa em Agosto


Não é uma maravilha, meus senhores!

Pelo contrário, é um terror, um desânimo, uma dor no peito ao ver tanta rua deserta e abandonada, qual cidade do faroeste com aqueles rolos de palha a deambular, sem vivalma à vista.

Odeio.

Sinto-me abandonada, esquecida, ostracizada por todos os restantes que estão a banhos nos Algarves.

Sendo assim, amanhã, tomarei rumo ao sítio que mais combina com pouca gente, com silêncio, com paz e sossego, com o único barulho das estepes já secas do calor.

Alentejo, aqui vou eu!

Que é como quem diz, vou para uma quinta atolada com cerca de trinta a quarenta party guys and girls para a maior, a mais louca, a mais esperada, festa do sul e arredores, deste ano.

Duas noites de arromba, cinco dias a ressacar, by the pool.

Esperemos que desta vez não hajam cavalos.

Não vos contei essa?

Ainda bem!

quarta-feira, agosto 04, 2010

Qualquer dia


Volto a falar de homens.

Só não sei é quando.






Não sei quando porque vocês, devotos leitores, estimam um qualquer abraço do que escrevo à realidade certo?

Deixem cá ver...

Mergulhos, Bruna, outros cães, as páginas de adopção de animais no Facebook que fazem com que chore as pedras da calçada, saudades da dança (Já lá vão três dias sem dançar e, hoje, a minha corrida pela praia, ao som do ipod, correu menos bem, desta vez sem hipótese de bancar a avestruz.), pensar no Alentejo, na praia que vou fazer e nos ensaios que vou ter, mais uma vez Bruna... Não. Nada de homens. Zerinho!

Pronto, talvez publique um anuncio.