quarta-feira, outubro 31, 2007

Post Secrets que podiam ser meus IV

Voltas e voltas que se dão quando por vezes é tão simples.

Estamos na era do mentir e contornar. Mesmo nas questões triviais que nunca o justificariam. Ai, complicar...

domingo, outubro 28, 2007

Palavra de Alexandra!

Este Sábado, apanhei a pior espécie de vendedores na rua.

Andavam por todo o lado, qual praga de formigas encarnadas (Sem qualquer analogia, ok?) em solo africano.

Do Estádio da Luz ao Colombo, da Baixa ao Saldanha, não havia rua Lisboeta livre da infestação dos impingidores, atentos e vorazes, sem permitir qualquer hipótese de escapatória aos transeuntes, presas indefesas e fáceis para as mandíbulas da venda.

Uma corja, é o que vos digo.

Implacáveis, conseguem vender qualquer trambolho sem uso a um Patinhas.
Picolinos aspirantes, certamente, no futuro, serão angariadores imobiliários da Era ou da Remax.

É um facto.
Não há quem escape aos (MEDO) escuteiros.

Como dizer “não” a um grupo de petizes na idade das brincadeiras, de faces rosadas e amorosamente trajados de igual? Como dizer não àqueles olhos amendoados, doces, brilhantes, com uma vida inteira de nós e acampamentos pela frente? Dizer não aos lenços aprumadamente colocados com a honra do fazer bem ao próximo?

Ainda por cima, são espertos, os mariolas.

Andam em grupos, certificando-se que trazem sempre consigo um mirim, um bambi de leite pela trela.

Ao mínimo torcer do nariz, o bambi de leite espeta o lábio para fora, tremelica o queixo e mareja os olhos de lágrimas.

Nem o Pantufa, o cão da minha vizinha, que facilmente me tomava os Magnuns brancos com olhos pedintes, conseguia tamanho saque.

Esqueçam as desculpas e planos de fuga. O “não tenho dinheiro comigo” ou o “já comprei”.
Por mais exímios que sejam em faltar com a moedinha ao arrumador ou ao invisual que insulta toda a gente, na linha azul, por não receber qualquer caridade.

Esqueçam o andar em pontas, qual Pantera Cor-de-rosa fugidia.

Não com as ruas minadas. Não com centenas de pequenas, felizes e benfeitoras criaturas, sedentas de euro para acampamentos na Borralheira de Orjais, à solta.

Venham antes as finanças, o cobrador do fraque, o meu primo Óscar-papa-tudo!

Resultado da pilhagem: 12 rifas para um televisor, com sorteio a realizar-se em data incerta e local incógnito, 6 calendários, 4 bandeirolas e uma catrefada de pins; adiamento da visita à Pablo Fuster para o próximo mês; pés muito, mas muito, deprimidos.

Bandidos!

quinta-feira, outubro 25, 2007

And now for something completely diferent III - Disfunção cerebral

Tic-tac, tic-tac. O tempo que não passa. A insónia que não me deixa dormir.

Queria ver novelas com o espírito de quem vai ao MacDonald's pedir um sunday de caramelo. Fazer viagens. Apanhar avião com destino incerto, decidido ao sabor do momento. Correr. Correr na terra batida com o cheiro do eucalipto a embalar-me. A 2ª circular, lá ao fundo, ignorada, por detrás dos campos. O pó da terra sobre as sapatilhas livres. O cabelo desgrenhado.

Correr ao telhado, saltar como se não existisse gravidade. Um, dois, três, Jerónimoooo!

Mais facilmente pego no trabalho e afogo-me em trabalho. Afogada, esquecida. Perdida do dia-a-dia. Esquecida de uma mãe jovem que descobriu que a vida é efémera e que ainda tem muito para viver. Esquecida do avc, do controle da tensão, do sal, dos diabetes, das caminhadas obrigatórias que não são feitas, entre protestos, muitos, meus. Esquecida dos quistos, no peito, nos ovários, da operação de urgência e de uma mãe apreensiva, por mais um problema, tudo ao mesmo tempo, e que vai ter que passar exactamente por essa operação, com urgência, que uma das irmãs, Elisa, passará amanhã. Esquecida que a família não se escolhe e que eu escolhia a minha mãe mas não a minha tia Catarina, que tudo faz, com maldade, para prejudicar a minha mãe. Dá-lhe cabo da cabeça, da saúde e eu, se pudesse, dava cabo dela. Esquecida que te posso perder e já esteve por tão pouco.

Eu, se pudesse, dava cabo dos problemas. Aqui ando a marcar passo, e eles multiplicam-se. Trabalha-se em casa, proteje-se a família. Descubro que somos mesmo o mais importante. Esqueço o resto. As viagens que adoro, os amores, as futilidades, a profissão, bem a profissão não, porque afinal também são feitas vitórias, todos os dias. E ninguém acreditava que fosse possível, a sair só do meu corpo. Cá está. Adia-se o sonho de sair de casa, não por falta de condições financeiras, mas porque já não tenho o sonho de sair. Quero proteger-te. Quero poder evitar tudo da mesma forma que evitei, se voltar a acontecer. E agora que não vou trabalhar em casa?

E eu que não durmo. Não consigo. Não desligo.
Ao menos, desligo o computador.

Boa noite.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Aviso a casal de Aveiro (ela Bi), ambos com 36 anos

Receber convites, piropos e ser alvo de várias formas de engate pelo hi5, ainda vai.

Agora, "Olá somos casal casados (ela bi) da região de Aveiro, com 36anos ambos. Se houver realmente interesse mandar contacto telemóvel ou mail para teclarmos no msn. BJS", FDS!!! (Por favor, não leia como fim-de-semana.)

E eu que apenas tenho como imagem principal uma foto do meu rosto com o mesmo sorriso que estampo a toda a hora aqui no blogue.

Para chegarem às fotos de praia que, sublinho, estão pouco nítidas e/ou carregadas de filtros do photoshop, têm de percorrer outras tantas de parvoeira e muitos, muitos fundos guardados eventualmente para o blogue (ela é foto de tecidos com queques, com gelados, de tigresa, da Pipi das meias altas a saltar à corda...).

Haja tempo.

Haja paciência.

E não venham para aqui com falsas moralidades sobre o hi5.

Há uns anos era chique. Agora é pindérico.

Já encontrei gente que não via há anos e que, provavelmente, não as encontraria facilmente.

Gosto do meu hi5. Gosto das carinhas dos meus amigos, quase todas religiosamente ali arrumadas.

Agora, daí a querer "teclar" com casal de Aveiro, em que ela é bi (E eu com isso?!), seriam muitas colheradas.

De vinagre. Carrascão.

Nem com suborno de ovos moles!

Entendidos?
*Pronto, agora também eu já fiz um post sobre o hi5. Tipo, rubrica "And Now for something completly diferent". Not!*

terça-feira, outubro 23, 2007

domingo, outubro 21, 2007

Leite Condensado derramado no divã sentimental - Fugas e perseguições, a arte dos pegamonstros

Tenho tendência para os homens psicóticos e para os perseguidores-pegajosos-lapa-não posso viver sem ti.

Melhor, eles é que têm tendência para mim.

Olham para mim e vêm a salvação.

O último reduto da super-mulher que os vai amar e proteger para sempre. Da mulher que os vai pegar ao colo, fazer papas Pensal e cafuné na cabeça.

Acontece que odeio cafuné.

E gente lapa. Homens pegajosos e piegas.

Só gosto mesmo de Pensal.

Fujo deles a sete pés, formiga atómica de serviço. Nem esboço meio caquético e escondido sorriso quando passo pelas criaturas.

Não adianta.

São ardilosos, os sacanas.

Um deles, o Griffes (Assim intitulado pela Sónia, dada a quantidade de Versace's prateados e ostensivos sarapintados pela roupa justa e reveladora), pediu-me o número, à saída do ginásio.

“É para trabalho”, disse no elevador. “Quero criar uma empresa e preciso de conselhos.”

Não me enganou, o pavão, mas lá entreguei o dito, contrariada.

Resultado, dia seguinte, quinhentos sms.

De bom dia, de beijos, de como sou linda e perguntas do que mais gostei dele (!!!).
A conversa azedou no primeiro instante em que me disse que não tocava em doces. “Estragar o corpinho é que não!”. Lembrei-me do meu precisoso Leite Condensado e mandei-o plantar batatas doces, entre pragas e insultos.

22 horas. MMS: “Beijinhos e bons sonhos.”

Arregalo os olhos.

A compôr, nada mais nada menos, uma foto do tronco nú e lustroso do moço, com a cabeça deliberadamente omitida. Nos mamilos, argolinha com pendente brilhante de prata, como que cereja silvestre no topo do muffin “enchantilizado”.

Nojo. Estômago revoltado e noite de pesadelos. Vaca que ri voltava para reclamar a sua argola.

9 horas, dia seguinte.

Toca o telemóvel.

- Olá, bom dia! Então recebeu a minha pic? Não disse nada... Não gostou da foto?

- Errr... Sim... Gostei ... -Sorriso muito amarelo. Alexa, a Chinoca no mundo das griffes perdido.
- Não tens é muito jeitinho... CORTASTE A CABEÇA!!! – Trocei.

-Ahhh, pois... Tirei com a câmara do telemóvel que é muito pequena mas já lhe envio outra que goste mais...

Engasgo. Desligo o telemóvel, não fossem os dentes cair de tanto rir.

Agora a parte do CONSULTÓRIO.

Digam-me. Digam-me o que faço com esta criatura.

Esta cena passou-se há três meses e o tipo ainda me bombardeia com sms, telefonemas, aos quais, SUBLINHO, não dou qualquer resposta.
Por todos os meios já recusei almoços, jantares, saídas, idas a Milão para fazer compras.
Trata-me por você e chama-me de “krida”, para gáudio das minhas amigas.
Já tentei de tudo, inclusivamente, desfilar apenas de Berska e Zara.
Segundo o pavão, somos o par ideal para casar. Eu não ligo a griffes e ele poderia gastar o dinheiro todo em roupa, sem nos chatearmos. (!!!!)

HELP, CECIL! HEEEEEELP!

sexta-feira, outubro 19, 2007

Leite Condensado derramado no divã sentimental

Se há coisa que o Tuga gosta, é de dar palpites.

Assim, se todos podem porque não eu também?

Porque não ter também o meu Consultório Sentimental?

Depois das tentativas do Jedi aqui, só podia surgir esta ideia.

Porque não um cantinho de ajuda e GRATUITO?!

Mas atenção. Se julgam que vêm para aqui pedir ajuda, desenganem-se!

Eu é que vou aproveitar os vossos preciosos conselhos. (Muahahaha!)

Por isso, deitem tudo para fora, opinem, digam de vossa justiça, ajudem-me a encontrar o caminho para a luz.

Quero ver essas capacidades de pseudo-psicólogo/psiquiatra/come-novelas/analista-barato-munido-de-curso-por correspondência-da-Oprah-dos-sentimentos-alheios.

Assim se cria um espaço de divã.

Aqui encontrará de tudo.

Casos do foro psíquico ou amoroso. Maleitas físicas, perturbações neo-depressivas e tiques compulsivos.

Um novo mundo à espera dos seus palpites.

sábado, outubro 13, 2007

And now for something completely diferent II

Como é que eu sei que me amas?

Está nos teus olhos.

Nas palavras sem sentido que proferes, aos tropeções, à frente dos outros e no teu ar embaraçado, sem saber como agir.

Na tua maneira de sorrir com os meus disparates. Censurados mas secretamente bem vindos.

No facto de saber que farás tudo para me proteger, ainda que tenha casulo a mais à minha volta.

Existem segredos que não se guardam ou que não deveriam ser guardados.

Palavras que não se recusam.

Não, por tanto tempo.

E agora dizer que também o faço.

Por razão diferente.

Como explicar que amo alguém que coloca banalidades e frivolidades à frente do que deveria ser importante? Como convencer a mim própria que amo uma pessoa real?

Não desta vez.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Rescaldos de uma Convenção

Neste fim-de-semana prolongado estive numa convenção de fitness.

Três dias de maluqueira.

Três dias de participação intensa nas aulas de dança, das nove da matina até ao entardecer.

Mambo aqui, pirueta ali, enrola, torce, cai no chão, sexy, agressiva, delicada, com os melhores de Portugal e Internacionais.

Aulas complicadíssimas do Sebastien Boucher, enormes saudades do Raul Pereira e do Hugo Marmelada, deleitada com as magníficas Bé, Lucie, Lara, Rita Spider e a espanhola Marta Formoso.

Hip Hop, Ragga, house, afrojazz, latinas, locking, aerodance e poucos (porque não se podia estar ao mesmo tempo em dois lugares mas, sem dúvida, muito bons) steps.

Domingo, 9h10, atrasadas para a aula do "espanholito" Alberto Porcel de aerodance.

Um pedaço de nuestros hermanos caído do céu mas muito mal aproveitado.

Gay, sem dúvida, para contrastar com a espécime máscula do Hip Hop que por lá desfilava.

Eu e a Sónia, chegamos no final do aquecimento. A rir. Perdidas de sono. Atrapalhadas com o atraso, o sono e as nossas gargalhadas. Ainda assim, o professor pisca-nos o olho.

Éramos sem dúvida as mais bem dispostas.

- Tão giro! - Vá de dançar e abusar nos lifts, no bambolear de anca, no sorriso. A adorar a aula.

O resto do pessoal a dormir e nós encantadas.


O professor confunde-nos, julgando-nos também professoras, tal era a nossa mestria e perfeição.

Professoras das boas. Sorri, encantado com a nossa performance.

-Sónia, tenho dúvidas... Tão giro... Algo não bate ali bem... É Bi, só pode!


Sónia encolhe os ombros. - Ai, que pena, que desperdício! Ele é tão giro!

- Tenho o dedo do meio do pé a doer. Raio do pé de Egípcio!

- Ein?

- Tenho pé de egípcio. O dedo do meio é maior que os outros. Há quem diga que as mulheres que o têm mandam sempre nos homens.

Isto no meio das piruetas bailadas, com toque de bailarina clássica.

- Ein? Tu mandas em toda a gente mulher! Ai tão giro! Esta aula está a ser uma galhofeta!

Pézito dormente o dia inteiro, mas deliberadamente ignorado.

18 horas

Em casa. Largo a mochila, pego imediatamente no CD oferecido pelo Raul Pereira e entro na convenção, parte II, versão caseira. CD lindo! Ignorado, o Raggae amua ao assistir a tamanhas coreografias personalizadas.

Uma hora depois, lá decido tirar a roupa impregnada em suor e tomar banho.

Descalço o ténis esquerdo.

Fito o pé.

Tontura.

A meia ensopada em sangue.

Literalmente ensopada em sangue.

Meia cor-de-rosa abundantemente tingida de encarnado.

Tremuras na mão, nos joelhos, rosto afogueado subitamente atacado pela lividez.

Chamo o INEM, meto baixa por uma semana, ligo a todos os amigos a dizer que estou a finar.

De visita ao hospital, a Sónia reconforta-me.

- Tadinha, como te sentes?

- Estou a dar as últimas... Acho que é desta... Adeus, mundo cruel!

Último suspiro de princesa nipónica ao ser trespassada pela espada do samurai inimigo.

- Olha, no Domingo temos Workshops de dança no Well! Com a Lara, a Rita, o Hugo...

- A sério???

- Levanto-me da cama, deixo cair a algália e arranco o tubo do soro, perante o ar incrédulo dos que me rodeiam.

Saio a correr pelos corredores, de bata aberta, tentando tapar o rabiosque, não fosse maravilhar algum enfermeiro.

Corrida enérgica alternada de piruetas alegres. "Fame" meets bata hospitalar.

- Maria Alexandra?!!!?

Encarno a madonna de espadachim e respondo:

"I guess I’ll just die another day
I think I’ll find another way
There’s so much more to know
I guess I’ll die another day
It’s not my time to go "