sábado, julho 23, 2011

Da Maria Take Me

Pois, ainda não sabem mas há mês e meio que isto habita lá em casa.


Não se deixem enganar. Isto valeu-me muitas horas de chatices com a família (que se estenderão eternamente cada vez que ela fizer alguma das suas). Isto morde como o caraças. Aprendeu a fazer os presentes na fralda após uma semana e meia de estadia, senta, deita, vem cá, responde ao nome, brinca com a bola mas isto morde como o caraças. Estou toda ferida e arranhada e não venham cá com as dentadinhas de amor. Morde como o caraças. Isto já arrancou a parte de baixo de madeira da bancada da cozinha. Cacau: 1 Bancada: 0 Isto já marcou todas as cadeiras da cozinha como os belos aguçados dentes de leite. Cacau: 4 Cadeiras:0 Isto só pode ir à rua a partir deste próximo Domingo mas, ainda hoje, partiu a taça de cristal preferida da minha mãe. Cacau: 1 Taça: 0 Xana: -20 Derrubou de uma estante e partiu uma pipa de 5 litros de vinho do meu pai. Cacau: 1 Pipa: 0 Xana: -20 Isto faz uma recepção do caraças quando chego a casa. Sempre com muita alegria e mordidelas. Quais elas, ela ataca e dilacera as minhas mãos, braços, pernas e pés. Ontem ia arrancando o meu nariz. Aqui tenho a marca dos dentes. Cacau: Winner Xana: KO

Mas isto, isto que me morde sem compaixão, não se deixem enganar pelos olhos azuis de bébé (agora esverdeados/cor de mel), ou pelo porte minúsculo (agora com quase 6kg aos dois meses e meio), isto, senhores, que tanto me morde, se, por ventura, também me calhar na rifa Timor, Brasil ou qualquer outro país fora da Europa, não vai comigo não, nem que a porca torça o rabo. Adoro-a demais para sequer o considerar. Do amor, amor é coisa que não pinga em línguas de fel, vão lá perceber.


(Tivesse a Maria estoirado tudo na Zara. Ou em Vegas. Mas não. Má Maria. Má Maria.)

Sim, aquilo de fundo são os horrorosos azulejos da cozinha. Vintage, digo.

segunda-feira, julho 04, 2011

Este Sábado


Casou uma das maiores, não, a maior paixão que já tive (Pelo menos a mais intensa, a mais longa, daquelas que durou anos e anos e com mais consequências desastrosas.). Paixão não, obsessão (quase, talvez), também não, na realidade era amor, só se abdica por amor a sério, pelo menos é o que acho, o amor de cada um funciona segundo as normas de cada um. Para mim assim era.

Como estava a dizer, este Sábado, casou a TAL paixão e eu, bem eu, que deveria ficar sentida ou comovida, não sei, ter alguma pena, alegria ou qualquer outra espécie de sentimento, não, nada, a indiferença é tramada, sobretudo quando aparece de forma tão surpreendente (massiva, digo), a verdade é que só conseguia pensar em ti.

Não no Sábado, o fim-de-semana inteiro, bem, na verdade, isto já dura há muito tempo.

sexta-feira, julho 01, 2011

Tungas!


Ontem perfiz cinco anos e ninguém deu por nada.

Nem mesmo a autora.

Cinco anos de diz tanto como diz nada, principalmente a falar de como se gosta de doces, rissóis, lasagna, exercício, ballet, homens, sapatilhas, stalkers, Rio de Janeiro, amigos, direito, torto, emoções e parvoíces várias.

Cinco anos e esta autora sequer revelou algum amadurecimento que se preze.

Cinco anos e nem um malfadado verniz Chanel ou Risqué.

Assim sendo e porque não caminho para novo, procuro autor menos negligente.

Um com bom porte, cabeça no sítio mas com boa dose de loucura ou jovialidade, que não use os pindéricos Louboutin ou Sebago, mas que saiba fazer um bom nó de gravata. Com gosto musical e por outras tantas artes, com olho para o que veste mas cuja voz não ultrapasse os decibéis permitidos aos exemplares heterossexuais masculinos. Que adore animais, poucos deles no prato, ainda assim, com peso e medida, com horror a extremismos de qualquer tipo. Bem parecido mas, muito melhor, que saiba falar, escrever, provocar com as palavras, no papel, ao ouvido ou no ecrã do telefone, enquanto programa secretamente uma escapadela da realidade, num sítio só para nós. Que seja apaixonado pelo desporto mas pela prática. Desportistas de sofá e comando são contra-sensos.

Vá que se lixe, a miúda precisa mesmo de lavar as vistas, quem sabe assim, lembra-se que também existo e não só a tão desejada cadela que lhe ocupa os olhos, o coração e as compressas embebidas em Betadine usadas para ocultar as marcas amorosas dos dentinhos de cachorra.

Alguém?