domingo, outubro 25, 2009

Afinal, a grande questão é mesmo


Ela apaixonou-se? Arranjou namorado e abandonou o blogue?

Emigrou para os trópicos ao sinal dos primeiros chuviscos e nuvens cinzentas?

Fugiu ao fisco e exilou-se em Ipanema, de àgua de côco numa mão e bunda de carioca na outra

Não, meus caríssimos.

Ela está sem net no trabalho há mais de uma semana, sem previsão para o retorno da mesma.

Os poucos momentos que está à frente de um pc com auto-estrada para a comunicação, aproveita para amortizar o trabalho dependente da mesma já muito acumulado. (Há quem jure que a vê a beijar o ecrã quando vislumbra a página do Facebook.)

Entretanto já enviou 28998 reclamações à PT e, dada a exaustidão, provavelmente, trocará a dita por uma concorrente, já amanhã.

E, sim, já fala como um jogador de futebol. Na terceira pessoa.

Mas isso é o desespero a falar. E as saudades, claro.

As muitas saudades vossas que imperam. (Esta é uma frugal tentativa de encontrar um leitor dedicado que labore na PT e seja solidário à minha tragédia. Resultou?)

quarta-feira, outubro 14, 2009

Destino, coisas inevitáveis e essas tretas II


E quando, justamente, no dia em que temos um jantar, que dá seguimento ao dito café especial (que até correu muito bem, fora o vestido), falta a água, a meio do banho, no momento preciso em que vamos retirar o amaciador do cabelo?

Que acabou por ter sido mal e porcamente lavado com duas chávenas e meia mal medidas de água, sobejante da garrafa que levei para a dança na noite anterior.

Julgam que vou dirigir-me ao cabeleireiro mais próximo?

Enganam-se.

Já conheço o destino ou "estas coisas inevitáveis e essas tretas". O karma. O meu é ter sempre tudo mais dificultado.

Dadas as circunstâncias e pelo empenho do mesmo, este moço só pode ser o "the one" ou algo semelhante.

Assim, parece-me mais sofrível aparecer com um cabelo aparentemente lambido por uma vaca do que com cócó de pássaro ou matérias eventualmente piores, que possam cair do céu ou de andaimes dos prédios circundantes ao restaurante.

Aguarda-me um longo dia.

terça-feira, outubro 13, 2009

Destino, coisas inevitáveis e essas tretas


De que serve sair de casa com um look todo estudado, uma vez que, logo, vai-se tomar um café especial, quando entornamos a bebida de soja (ainda por cima, de chocolate) por todo o vestido BRANCO com risquinhas azul claro?

Valeu-me ter sempre uma muda de roupa no trabalho, que me permitiu deixar o vestido na lavandaria porque era esse que queria usar mais logo.

E ao almoço, já escaldada com o perigo dos líquidos, se foge à sopa e opta por um simples bife grelhado, para depois deixar cair uma rodela de tomate, ensopada em azeite, precisamente no meio do colo do vestido substituto?

Não fui parva, deixei-me estar. Limitei-me a lavar e esfregar um pouco as nódoas para disfarçá-las e assim passar o resto do dia. Coloquei o vestido branco, já limpo e engomado, apenas no momento de ir para o café. Perfeita.

Pelo caminho, no metro, uma criança que ia ao colo da mãe deixa cair o gelado.

Adivinhem onde.

segunda-feira, outubro 12, 2009

30's Balanço - O que são os trinta, afinal



Muito simples, são uma nova adolescência.

Não sei como é convosco, caros colegas das três dezenas, mas estou em modo "repeat" da adolescência.

Pensando melhor, nem eu tive uma adolescência tão adolescente.

Com o apanágio das regalias dos trinta. Mais confiança, mais segurança, mais objectivos alcançados, mais racionalidade, muito mais tudo isso e outros tantos.

Ou será que é precisamente por isso? Por ter tudo isso que posso viver esta adolescência?Justificar completamente
Ou por finalmente estar livre de corpo, de espírito e de coração?

Alguém me elucida?

Ser trintona é isto, realmente?

Ou estarei a passar por alguma "crise"?

Desde já, relógio biológico, asseguro-vos que não é.

Estou nem aí para bébés.

Se bem que os da Mónica são uns fofos, simpáticos, queridos. Ai e se ficavam, ficavam tão bem na minha casa. Aqueles corpinhos amorosos e os sorrisos fáceis que nos iluminam, as roupinhas, os brinquedos, as papas, até as fraldas, a curiosidade.

Não, relógio biológico está fora de questão.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Às sextas-feiras também podemos sonhar

Através dos olhos que sonham como os nossos.












Disponível aqui.

À semelhança do ballet, deverei criar uma etiqueta com "Eu não estou obcecada pelo Rio"?

quarta-feira, outubro 07, 2009

Culinareando


Amiga: Ontem jantei rissóis no forno.

Eu: Rissóis no forno? Onde arranjaste isso?

Amiga: São dos normais, só que em vez de fritá-los, levei-os ao forno.

Eu: E ficam parecidos aos outros? São bons?

Amiga: Não, nada a ver. Ficam uma porcaria mas ao menos não ingiro aquela gordura toda do óleo de fritar.

This is my confession (I'm so Usher right now)


Tenho um feitio complicado mas isso não é novidade alguma.

Contudo, sou uma pessoa extremamente tolerante. Leiam "extremamente". Aturo tudo e mais alguma coisa e tenho compreensão para dar, vender e emprestar.

Até que deixo de conseguir suportar o peso e a corda se parte.

Chego ao ponto do não retorno. Isto é, o ponto da desilusão.

Enquanto ando aborrecida, irritada, tudo bem.

A desilusão já não. Apaga tudo. O que essa pessoa é, o que me faz gostar dela, os momentos que me fez sorrir. O que me levava a confiar ou acreditar nela. Apaga-a. Ponto final.

Nesses casos, são raras as vezes em que não desapareço.

Sou boa a desaparecer da vida das pessoas. A sumir-me, ocultar-me. Sem rastos e cordas para voltar a puxar. Não imaginam o quanto sou boa nisso.

Pode parecer radical ainda assim, regra geral (99,999999999%), não me arrependo. Pelo contrário. São fenómenos de limpeza raros mas assertivos.

São raras as vezes em que volto a indagar-me por essa pessoa. Como ela está, se passa bem, sequer equaciono retomar uma comunicação mesmo que com esse único intuito.

Esta não é uma dessas vezes.

Mas deixo-me queda. Sei melhor que isso.



(Só o refrão. Esqueçam o resto.)

segunda-feira, outubro 05, 2009

Post sem utilidade alguma

Este local

+

Noite de lua cheia

+

Neblina capaz de fazer regressar D. Sebastião

+

Calor tropical

+

Calçonitos (What was I thinking????)

=

a) Muitas hormonas aos saltos;

b) A p**** da loucura;

c) Ambas as anteriores.

Que noite surreal.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Explicando o post anterior (Ou não)


Tenho uma amiga que está a passar uma má fase.

Daquelas em que nada corre bem, o mundo é negro, que todos os homens são uns sacanas e que uma relação amorosa é física e psicologicamente impossível. Que elas, as mulheres, elas são umas falsas, mas eles não se seguram, os porcos. Que os casais mais antigos, os poucos que existem, estão juntos por mero comodismo, num regime de tolerância ténue.

Aqui há uns dias, de visita, ficou encantada com um casal de velhotes à antiga, ela de saia de gola alta, ele de casaco e chapéu, que costumam passear nesta rua, todos os dias, de mãos dadas.

Ambos com mais de sessenta e muitos anos, certamente.

- Que amorosos!

- Vês? É, sim, possível ter uma relação duradoira. Mesmo nos tempos que correm e apesar de o mundo andar meio louco e com as hormonas em cima.

- Estou encantada. A ternura com que se olham, como apertam a mão do outro... Olha, ganhei o dia!

Ontem, fiquei a conhecer a verdadeira história.

E não sei.

Não sei como hei-de explicá-la à minha amiga.

Como hei-de confidenciar-lhe que afinal aqueles dois velhotes amorosos estão juntos apenas há um mês e qualquer coisa.

Que ela é uma divorciada que se mete e enrola com tudo o que é velho do bairro, sem pudor pelo estado civil do mesmo. Passa o tempo a desencaminhá-los para copos e bailaricos e noites de amor embriagado. Aproveitando-se do único vigor que lhes resta, isto é, dos poucos euros da pensão que lhes cabe.

Que ele largou a mulher de dezenas de anos de casamento, deixou os filhos, netos e restante família atónitos, e que agora gasta a reforma em bebida e noitadas com ela.

Pensando melhor, acabaram de passar os dois e acho que lhe vi um um bocado do triângulo do fio dental encarnado a aparecer pela parte de cima da saia de gola alta.

Bitch.

E que ele lhe lançou um olhar lambão e devorador.

O cabrão.

É impressão minha

Ou está calor aqui?