Lírios Encantados do meu jardim de papoilas tingido,
Regozijo-me com a sublime lembrança que em mim depositaram, no entanto, contudo, e todavia, a intensidade com que o nosso astro rei tem andado a invadir a nossa Lisboa e, a bem dizer, todo o país, já há muito despertou o meu sangue latino sôfrego de se deleitar numa qualquer praia.
Pois bem, estando à beira de, a bem dizer, a umas semanas de um dias de liberdade, expontaneadade e de muita maluqueira, é pela virtualidade deste papel que reporto o meu último suspiro, o últipo sopro.
Veio o sol e reparo que já não é a mesma coisa.
Apetece-me findar uma jornada para começar muitas outras. Salgadas, temperadas, amargas, azedas, picantes.
Tanta panóplia de sabores para descobrir.
O que é certo é que sinto agora este braço direito como um apêndice pulsante, que ameaça rebentar.
Assim sendo, Pérolas do meu Imaculado Danúbio, dei por encerrada as minhas excursões de escrita, de mensagens, de diários, crónicas e reportagens no Leite Condensado às Colheradas.
Vou mesmo curtir o verão por aí, terras de El' Rei e por esse mundo fora. Rezar por novas aventuras e vivências, esquecer o lacticínio.
Ausentar-me da blogolândia.
Uma vez por outra, considerarei ir a um qualquer cibercafé espreitar o monstro quadrado, as vossas casas. Ver se estão bem.
Mas, férias são férias, arrumam-se os computadores, as pens, os relógios e palms... sobram o lápis e o papel para deixar recados no frigorífico ou nas mesas das esplanadas à beira mar.
Também não julguem que me encontrarão numa Costa da Caparica qualquer pela praia.
Para quê encetar tal jornada se tenho precisamente no lugar do meu coração gente mais gira e muitas praias costume made for me?
Para mais, diga-se que a vontade de desaparecer da arena é muita, portanto "Onde está a Alexandra?" será o hit, o best seller do Verão.
Tou sem paciência para desilusões, cheries. Este ano, mato mais uma vez saudades de Pier Ones, peixe grelhado, Tabuinhas e Sashas, mas por pouco tempo. Outras paragens longínquas me esperam.
Chega de lugares comuns, chega de gracejos, chega de rezar para que o/a X. não leia o post e o/a Y não pensar que é sobre ele/a. Chega de ter a vida à janela.
Eu cá vou correr na praia, saltar as dunas e dar cambalhotas na água. Parto para outra.
Parto da blogosfera.
Do Leite Condensado, para sempre.
Assim e pelo exposto, muito me penitencio por não poder satisfazer os vossos desejos de última hora, acompanhar as vossas peripécias e dar gargalhadas matinais com as vossas mensagens, mas é a vida.
Fazendo votos para que não desistam de fazer o que vos apetece. O que vos faz realmente feliz.
Até um Setembro próximo. Quem sabe, lavada a alma, talvez comprarei lápis e caderno novo, anónimo e indentificável.
De qualquer forma, a Todos os que acompanharam o Leite Condensado, a Todos os que figuram na coluna do lado direito, aos que leram, aos que comentaram, aos que sorriram, aos que me deram a mão, o meu muito obrigado.
Foi um prazer.
Aqui, neste papel virtual, ri, sorri, chorei, amei, sofri, estrebuchei, gritei. Foram dois intensos e repletos anos, feitos hoje. Fecha-se um ciclo.
Perfeito.
Largo este pedaço meu. Mas feliz.
Obrigada.