sexta-feira, agosto 16, 2013

Espontaneidade - um bem precioso que se perde com a idade



Estou farta de Lx em Agosto.

Já não aguento. 

Se há quem adore a cidade neste mês pelo trânsito, honestamente, deprime-me. Lisboa é muito bonita mas reservo-lhe o encanto para o início do Outono. Ou para os turistas. Os meses que o antecedem são um martírio.

Ainda não vi um sinal de férias e tudo o que seja fugida espontânea para pessoal a partir dos trinta é difícil. Mesmo que seja apenas por um fim-de-semana. Ai os filhos, ai que gosto de combinar com antecedência, o namorado, a namorada, os casamentos, ai as dores do reumático. Ok, obrigações, responsabilidade. Não só. Há uma ponta de medo, nisto tudo, de desconforto pelo que não se controla. É mais fácil arranjar justificações do que tentar.

Quando é que esta gente perdeu todo e qualquer espírito de aventura e de espontaneidade? Sou tão metida na concha a viver a minha vida contra a corrente que mal dei por isto. bem, dei. Cerrei os olhos, olhei para o lado e talvez tenha feito por não crescer (Se por crescer entenderem levar uma vida convencional, a seguir a cartilha que já vem das gerações anteriores. Aquela coisa do casar, filhos e meter na cabeça que agora somos muito diferentes.).

Seja como for, sair por um fim-de-semana combinado na Sexta-feira anterior é assim tão difícil? 

Todos os rios correm para o mesmo lado? 

A resposta é não.

Resultado: Amanhã ou Domingo, o mais tardar, vou. 

Não sei ainda para onde, se para Paris ou Ibiza, ou mesmo aqui para o Alentejo ou o Algarve, se estendo a "loucura" e vou uma(s) semana(s) para outro continente mas vou. 

Se é para os copos, as noitadas, as risadas, a cultura, as praias, a introspecção, o isolamento, não sei. Ainda bem! As expectativas lixam sempre tudo.

Já viajei sozinha e adorei. Há viagens que pedem companhia e por isso são inesquecíveis. 

Venha o que a sorte ditar.

Cada um faz por seguir o seu percurso. 

Eu vou reencontrar o meu.

(Aberta às vossas sugestões e quem quiser partir é bem vindo. - Só porque aquela coisa da espontaneidade é muito preciosa para mim.)

Beijo

domingo, agosto 11, 2013

Pesagem - Update - Post pedagógico e especial para quem luta contra o peso



Afinal pesava muito pouco. Menos do que poderia imaginar. Longe de qualquer previsão. Nem irei confidenciar-vos quanto para não ganhar mais pragas e nuvens negras.

Todos os valores estavam muito bons, o peso abaixo do supostamente normal mas bom, porque estou muito longe de parecer um esqueleto ambulante, ao ponto de o PT (Que era um puto que nem barba tem e demonstrou saber muito menos do que eu de treinos e quejandos.) passar o tempo a dizer "Estes valores estão excepcionais, exemplares! Mas..." e o mas nunca se concretizava porque era o "mas" de um PT programado para vender mas sem saber onde pegar. Ali não haveria onde pegar e melhorar. Já sabia que seria assim. Que iria levar com a conversa de trampa, vazia, com um treino da treta para não passar mais de uma hora na sala de treino e tudo o que é típico deste tipo de ginásios. Quisesse melhor e não escolheria o ginásio pela proximidade, cotonetes, algodão e creme hidratante disponível e olhos bonitos dos instrutores. Era só um mês. Que mal faz a um mulher lavar as vistas?

Se vos serve de consolo, ontem e hoje dediquei-me a esvaziar a dispensa e o frigorífico, pelo que os valores já deverão ser diferentes.

Fiquei um pouco abananada porque, reflectindo, pela medição e considerando que já tinha engordado cerca de 2/3 quilos na semana anterior em que havia ficado parada, significa que, após o espectáculo e com o que emagreci com ele, eu estaria com um peso obscenamente leve. Quase de anoréctica. Não admira que parecesse um anjo da Victoria Secret mas com um metro e sessenta e dois. Estava a pesar o que elas pesam.

Antes que as meninas comecem a atirar pedras, há uma moral nisto tudo. E já não pareço um anjo lá da roupa interior, que eu prezo muito os chocolates e bolos desta vida.

Regressando à moral. O ginásio é importante. O trabalho de musculação deveria ser complementar a todos os desportos e obrigatório a partir dos trinta, já que é dos poucos que previne a perda da camada óssea e a osteoporose.

No entanto, se o vosso objectivo é emagrecer e parecerem elegantes, minhas queridas, Ballezinho do bom e espectáculos para cima. fora tudo o resto que se ganha: felicidade, gestão do stress, coordenação motora, prevenção da Alzheimer, equilibrio, força, postura, etc. Tenho feito aulas de Yoga, Pilates, BodyBalance (Esta é uma anedota) e nem queiram acreditar no dez a zero que dou a alunos que fazem isto há bastante tempo. Para além de vos dar força mas alongar muito os músculos, tornando-as sempre mais esguias.

Pronto. Aqui está. Nota-se muito que adoro a sauna e o jacuzzi mas já morro de saudades da dança?

Sim? É só para confirmar.

P.S. - Ontem tentei calçar as pontas. Mal o consegui. Tive que descalçá-las imediatamente. Os pés estavam aos berros. Aguardam-me momentos muito dolorosos em Setembro. (Sim!)



quinta-feira, agosto 08, 2013

De volta ao ginásio, Leite Condensado style




Aqueles que seguem o Leite Condensado no Facebook já sabem que inscrevi-me num ginásio, para estes dias de Agosto, em que a academia de dança fecha para férias.

Estar parada enquanto se trabalha significa grandes doses de mau humor, insónias e comer desalmadamente para compensar tudo o que se passa no mundo. Sim, um pequeno diabo das Tasmânia à solta.

Não obstante, durante a primeira semana de indecisão para onde ia, engordei à vontade uns dois/três quilos. A dispensa vazia não engana. Se me pesei? Não. É coisa que não faço há muito, simplesmente por saber que os quilos da balança nada revelam e muito menos aquela medição altura x peso. Para  esta monstra, estou sempre linda, às vezes na magreza, mas isto é tão enganador que muita gente não faz ideia. O músculo é muito mais pesado do que a gordura. Daí que quando as pessoas começam a treinar e ganham peso é um excelente sinal. É sinal que ganharam massa magra e quanto mais desta houver mais facilmente se queimarão as gorduras. Por isso, só me peso em balanças que permitam esta medição, caso contrário, fico na mesma. 

Ainda assim, basta olhar para o corpo para perceber que engordei. Não foi difícil. Vejamos. Os espectáculos foram os dois no mesmo dia, com ensaio geral na noite da véspera e na manhã no próprio dia, o que fez com que emagrecesse num dia uma quantia escandalosa de peso que nem vou revelar, não vão vocês montar palcos na rua para dançarem a toda a hora. 

Para terem uma ideia, no segundo espectáculo (Foi um à tarde e outro à noite.), durante o stress das trocas de figurinos entre as coreografias, um amigo da salsa teve que emprestar-me o cinto dele ali mesmo nas coulisses (entradas do palco) porque as calças que deveria usar para o sapateado caiam-me pelas pernas abaixo. Sim, pernas abaixo, umas calças que serviam perfeitamente. Alguém quer flachar o público durante o Sapateado? Não. Foi um cinto à pressão do meio do stress e das risotas.

Ora, perante uma perda de peso tão abrupta, não é difícil que o organismo o recupere (esse e mais) muito rapidamente e sem esforço. Neste caso, o sem esforço foi comer quilos de chocolates, gelados, bolos e pão das 9h00 às 2h00. Que se lixe. Já não ia vestir maillot e collants no palco e aquela coisa da magrela na praia importa e preocupa-me tanto quanto a dicção dos treinadores de futebol.

Ainda assim, foi com receio que vi a balança ali mesmo a piscar-me o olho no balneário do ginásio.

"Mais vale preparar-me mentalmente antes da avaliação oficial do ginásio" - Pensei. E pumbas. Para cima da monstra. Cinquenta e um lá marcava o ponteiro. "Hum... Eheheh! Viva o Ballet! Ahhh... Espera lá... De certeza que esta porcaria está avariada! Terão de ser pelo menos uns cinquenta e quatro." Mas lá fui, um pouco pensativa mas feliz, airosa e saltitante para a aula de Yoga a cantar para dentro "Life is a cabaret old chum, come to the cabareeeeet!". Quando cheguei a casa,  bebi uma caneca de leite de soja com uma barra de chocolate derretida, comi duas tostas grandes de chouriço e duas fatias de tarte de maçã e ao deitar-me arrematei o remanescente da tablete de chocolate encetada depois do almoço.

Ontem, ainda duvidosa, la decidi pesar-me novamente. Chego à balança e estava uma rapariga a pesar-se a tirar uma foto ao valor marcado. "Raio desta mania do Instagram que até as pesagens são partilhadas!" 

Qual não é o meu espanto quando olho para o mostrador e a balança marca precisamente cinquenta e um quilos! 

"Desculpe, sabe dizer-me se esta balança está calibrada? É que ontem pesei-me e achei que devo pesar mais do que marca."

"Não sei." - Respondeu - "Não sei mas estou muito contente! É que assim já ganhei a aposta que fiz com o meu colega sem fazer esforço algum!" E foi-se embora aos pulinhos, contente, extasiada.  

Olho melhor para a rapariga e paro nos pneus da barriga. Cinquenta e um numa perna e meia, amiga! Subo imediatamente para a balança. Cinquenta e um, novamente.

"Raio dos ginásios!" - Vociferei entre dentes. - "Querem tanto demonstrar que são perfeitos e dão resultado que viciam as balanças!"

Entretanto, enquanto escrevia estas palavras, ligaram-me de lá. Era um personal trainer para marcar a avaliação inicial. Medidas, peso, mobilidade, capacidade cardíaca, objectivos e treino assistido, segundo o próprio.

Não sei quanto a vocês mas até amanhã às dezasseis horas não como uma ervilha e vou afogar-me em água. É que as "Tanita" e as amigas balanças medidoras não enganam.

Alguém aconselha um laxante poderoso? Ou dois?

domingo, agosto 04, 2013

Fui amar-me


Sou sempre a última pessoa a saber de tudo. 

Parece que existe um site muito famoso, onde se incentiva à traição conjugal, e que tem agora correspondente em Portugal, ao qual já aderiram 30 mil pessoas, em poucos dias.

Agora, se me permitem, vou ver o Yes to the Dress". 

Cada vez tenho maior certeza: casar é lindo, um sonho, um conto de fadas e mal posso esperar por gastar balúrdios na festa da minha vida e pelo que se segue: Discussões, desrespeito, filhos cujo trabalho recai em só um, ser criadinha, solidão, desilusões... O rol é interminável. 

Claro que isto vem numa altura em que a minha fé nos homens e nas relações está muito fraquinha, a precisar de choques para ser reanimada, não só pela experiência pessoal mas também, convenhamos e sejamos honestos, por tudo o que vejo à minha volta. A experiência pessoal bem poderia ser a excepção. Não é.

Vivó vestido de princesa!

(E viva morrer solteira rodeada de cães, gatos, papagaios e periquitos.)

Antes que venham cá com o "olha a amargurada", devo esclarecer-vos que adoro estar sozinha. 

Bem, estar com alguém de quem gostemos e sejamos retribuídos e ambos sirvamos para elevar o que há de melhor no outro é espectacular. Mesmo muito espectacular. Agora, quando isso não existe, cruzes credo, sou muito menos sozinha estando sozinha, sou muito mais feliz, tranquila, realizada e cima de tudo mais segura e confiante de mim. 

Depois, tenho sempre a fila de amigas que repetem sem pudor "Alexandra, tu é que estás bem. Fazes o que gostas, o que te apetece. Tens liberdade." Isto de pessoas que têm filhos e adoram-nos mas vejo-as sempre a espreitar pelo meu muro e a suspirar. Naturalmente, a galinha da vizinha é a história que se conhece mas, da minha parte, não troco a minha galinha pela delas. Só por uma galinha como descrevi.

Dito isto e perante aberrações como este site, reforçando o maior moralismo que há em mim, não consigo entender porque é que esta gente se mantém casada. Para quê. Já nem digo da outra parte mas isto é gostar de si própria?

Contudo, também sou a aberração que diz o que pensa e sente, não tolera outra coisa a não ser sinceridade e o bastião mais importante para que exista uma relação é a confiança. Não há confiança, não existe relação. Matemática pura.

Há uns bons anos, tive um colega que, a certa altura, numa conversa sobre relações, quando confessei preferir que me dissessem que me haviam traído e que se (improvavelmente)
o viesse a fazer seria algo que contaria, por uma questão de respeito, insurgiu-se e disse-me: "És horrível! A honestidade é brutal. Mil vezes que me mintam do que saber de certas coisas."

Todas aquelas palavras fizeram-me muita confusão. Eu vivia e vivo no outro extremo do mundo. A julgar pelos milhares que se entusiasmam com coisas como este site, vivo como o Big Foot. Isolado. Ninguém sabe dele. Na verdade, é apenas uma lenda. Um mito urbano. Ou não.