É, basicamente, o sonho de toda a mulher.
Pronto, de muitas mulheres, pelo menos, era um dos meus.
Que acabou de ser realizado na semana passada.
Neste momento, possuo um dos maiores walking closets em Portugal.
Passo a explicar.
A Alexandra, com os seus dotes de super-mulher (Aqui lá vão cair muitas alminhas em como passo o tempo a vangloriar-me de o quão maravilhosa sou.), para além de ser advogada, bailarina, blogger erudita, tinha também uma loja com as coisas mais giras que podem imaginar.
Só que depois veio o papão feio da crise e, por culpa do papão da crise (ou incapacidade abnegada de gestão desta que vos fala), a Alexandra entendeu ser melhor encerrá-la, a bem das suas finanças e saúde mental, e esperar um pouco para que a conjuntura passe e pensar numa reabertura.
E porque é que estou a falar à futebolista, na terceira pessoa? Bom, não sei.
Continuando, sorte a minha que quem fez a decoração da loja fui eu mesma e acabei por aproveitar muitas coisas giras para pôr em casa. Que é como quem diz no quarto, porque ainda habito na casa dos meus pais. Naturalmente, a maioria das peças foi para a arrecadação, ainda assim, não resisti salvar umas para a luz do dia, a saber:
- Um torço feminino forrado a tecido preto com uma base de metal rectangular (daquelas fininhas), giro, giro para pendurar peças de roupa;
- Uma estante quadrangular em Wengué (que tinha, antes, junto ao balcão), excelente para arrumação (IKEA, que tem soluções muito em conta para jovens empresários*);
- Uma estante da mesma linha, desta feita em torre e em branco lacado, com luzes led (também IKEA, que adoro por se misturar com o branco das paredes);
- Duas prateleiras de 1.90m, branco lacado, adivinhem de onde;
-Um charriot em metal (duplo e não o da imagem);
-Uma banqueta com a base em Wengué, forrada a veludo lilás (da Musgo);
- Um candeeiro de mesa com abajur e base em vidro transparente encarnado (adivinhem de onde);
-Três lustres em prata e brilhantes que não faço ideia onde os meter, o que é uma grandessíssima pena mas que quero salvar da ida para a arrecadação),
- Um espelho enorme, com moldura grossa e pesada pintado a prata;
-Variadíssimas molduras;
-E a roupa, pois, mais ou menos centenas de biquinis, peças de fitness, vestidos de festa, peças casual, que necessito ter sempre à mão porque não fechei as vendas.
Portanto, o meu quarto, que outrora permitia espaço para realização de pirouettes e alguns deboulés, basicamente deixou de o ser para se tornar num walking closet.
E está giro, acreditem, muito giro. Ainda quero ir ao Ikea arranjar uma solução para tapar o charriot e, consequentemente, quebrar tanta cor num quarto que, outrora, era pacífico em branco sujo, vengué e azul caraíbas, por outro lado, impedir que as peças apanhem pó (Lembrei-me de um mosquiteiro branco e transparente.) e comprar umas quantas caixas para arrumação.
Como disse, está mesmo giro. Neste momento, organizei a minha própria roupa por estação e cores. O sonho de muitas mulheres. As minhas amigas morrerão de inveja.
Só que é do caraças. Sim, queria um walking closet mas tenho saudades do meu quarto. Queria um walking closet FORA do quarto. A cama, a secretária antiga dos meus bisavós, a escrivaninha, a mesa de cabeceira desaparecem no meio das outras coisas. Volto a dizer, está giro mas acordo sempre com uma vontade de ir às compras. Ou sonho com roupa. Ou que estou no Brasil a escolher peças. Convenhamos que sonhar com o moreno do ginásio é bem mais apelativo.
Tenho cá para mim que hoje começo a ver lojas...