domingo, setembro 30, 2007
quarta-feira, setembro 19, 2007
Eureka, descobri!
Ontem, 20h00.
Entro pela porta principal do Atrium, no Saldanha.
Distraída com as montras à minha volta, admiro a roupa interior exposta na Intimissime.
De seguida, admiro a próxima loja de roupa interior, que fica mesmo em frente à porta principal.
As cuecas, os soutiens, as meias de liga. Os corpetes.
Observo bem os corpetes.
Sexys, ousados, espartilhos que apelam à luxúria.
Perco largos segundos com eles.
Mas não sou a única.
Mirones de corpetes à minha direita. Muitos.
Sete ou oito homens naquele canto, todos de apresentação e estilos diferentes.
Salivavam, todos de boca aberta, sonhadores como eu.
Até que sacudi a cabeça e me apercebi.
Não eram os corpetes que desejavam.
Os olhares encantados, hipnotizados e o ar de espanto fixavam algo mais acima dos corpetes.
Mais precisamente, o ecrã de tv que aí se encontrava.
Que transmitia o jogo do Benfas, está claro.
Desiludida, desisto da minha busca das peças perfeitas. Do champanhe, dos morangos e das trufas de chocolate.
Mulheres deste país,
Esqueçam os espartilhos, as rendas e as transparências.
Se querem conquistar um homem, vistam-se de Eusébio.
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Dúvidas e questões existenciais
domingo, setembro 16, 2007
Agridoces capilares
Eu juro.
Eu juro que corto.
Eu juro que corto o cabelo à rapazinho da proxima vez que me disserem, novamente, que o meu cabelo fica muito melhor aos caracóis e que devia usá-lo SEMPRE assim.
É o meu cabelo. Odeio ter de andar sempre igual. É por isso que o guarda-roupa rebenta pelas costuras com roupas que nada tem a ver umas com as outras. Se me apetece andar com o cabelo liso não vou deixar de fazê-lo só para satisfazer caprichos dos outros.
Quando é que percebem que não mexo em mim para agradar aos outros mas sim para agradar a mim própria?
O ginásio, as roupas, o cabelo, a maquilhagem ou ausência dela, as danças, os desafios são para mim. Tive um namorado que odiava corsários. Levou um inverno inteiro a vê-los todos os dias.
Se quiser agradar os outros, ofereço-lhes o meu ombro ou uma caixa de chocolates.
Neste momento, têm sempre a Hüssel.
Eu juro que corto.
Eu juro que corto o cabelo à rapazinho da proxima vez que me disserem, novamente, que o meu cabelo fica muito melhor aos caracóis e que devia usá-lo SEMPRE assim.
É o meu cabelo. Odeio ter de andar sempre igual. É por isso que o guarda-roupa rebenta pelas costuras com roupas que nada tem a ver umas com as outras. Se me apetece andar com o cabelo liso não vou deixar de fazê-lo só para satisfazer caprichos dos outros.
Quando é que percebem que não mexo em mim para agradar aos outros mas sim para agradar a mim própria?
O ginásio, as roupas, o cabelo, a maquilhagem ou ausência dela, as danças, os desafios são para mim. Tive um namorado que odiava corsários. Levou um inverno inteiro a vê-los todos os dias.
Se quiser agradar os outros, ofereço-lhes o meu ombro ou uma caixa de chocolates.
Neste momento, têm sempre a Hüssel.
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Dúvidas e questões existenciais
terça-feira, setembro 11, 2007
Alexandra varre-escadas
Se o facto de não ter férias há quase dois anos tem contribuído para o meu visível desgaste, verdade é que o aumento constante de trabalho também não tem ajudado.
Factos:
Ontem, 21h45, entrada de casa.
Chamo o elevador.
Barulho das máquinas a trabalhar. O elevador nada.
Chamo novamente. Nada. O caquéctico transportador ameaça, qual carro "tunado", mas não sai do lugar.
Reviro os olhos e suspiro fundo.
Agarro no saco de desporto, descalço os sapatos de salto alto, calço os ténis ainda húmidos do treino. Torço o nariz ao feito.
Preparo-me mentalmente.
Para os “trilhentos” degraus que se seguem até ao sétimo andar.
E lanço-me na odisseia.
A meio do caminho, lembro-me das latas de leite condensado prometidas pelos meus amigos mas ainda não recebidas.
Contento-me com o resto das migalhas já mofas, do bolo deglutido no dia anterior, que se alojavam no fundo da minha mala.
Bom jeito me dariam as ditas latas.
Pois, naquele momento, as escadas, as paredes, as portas, o prédio inteiro entram em centrifugação.
E caio redonda no chão, com a delicadeza de uma Bela Adormecida desmaiada.
Palmadas delicadas na face.
Abro os olhos.
À minha frente, os olhos azuis mais envolventes que já vira. Perco-me nos olhos azuis. Grandes, oceanos de sorrisos à minha espera naquelas esferas cativantes. Ignoro tudo o resto que me rodeia.
- O meu príncipe! Finalmente apareceste! – Jogo os braços ao pescoço do jovem e bonito desconhecido e osculo-o, veementemente, com admiração e agradecimento.
Princesa de ténis húmidos, migalhas no canto da boca e cabelo desalinhado, agarro-o, radiante por ser salva da bruxa má.
Para grande embaraço da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, do Reggae e dos vizinhos que haviam chamado o INEM.
E do rapaz que repetia “Já me tinham acontecido muitas, mas esta…”.
Afinal o rapaz não era príncipe e as nuvens que via em meu redor eram as almofadas do vizinho, que foram utilizadas para amparar a minha cabeça.
Escapuliu-se num abrir e fechar de olhos de hamster amedrontado, soltando um "Para o Júlio de Matos não trabalho eu!".
Os restantes espectadores recolheram aos seus lares.
Provavelmente, este mês não comparecerei na reunião de condóminos.
Ainda assim,
Para todos os efeitos, e após esta trapalhada e vergonha toda, tenho a dizer:
Moço, continuo à tua espera!
Factos:
Ontem, 21h45, entrada de casa.
Chamo o elevador.
Barulho das máquinas a trabalhar. O elevador nada.
Chamo novamente. Nada. O caquéctico transportador ameaça, qual carro "tunado", mas não sai do lugar.
Reviro os olhos e suspiro fundo.
Agarro no saco de desporto, descalço os sapatos de salto alto, calço os ténis ainda húmidos do treino. Torço o nariz ao feito.
Preparo-me mentalmente.
Para os “trilhentos” degraus que se seguem até ao sétimo andar.
E lanço-me na odisseia.
A meio do caminho, lembro-me das latas de leite condensado prometidas pelos meus amigos mas ainda não recebidas.
Contento-me com o resto das migalhas já mofas, do bolo deglutido no dia anterior, que se alojavam no fundo da minha mala.
Bom jeito me dariam as ditas latas.
Pois, naquele momento, as escadas, as paredes, as portas, o prédio inteiro entram em centrifugação.
E caio redonda no chão, com a delicadeza de uma Bela Adormecida desmaiada.
Palmadas delicadas na face.
Abro os olhos.
À minha frente, os olhos azuis mais envolventes que já vira. Perco-me nos olhos azuis. Grandes, oceanos de sorrisos à minha espera naquelas esferas cativantes. Ignoro tudo o resto que me rodeia.
- O meu príncipe! Finalmente apareceste! – Jogo os braços ao pescoço do jovem e bonito desconhecido e osculo-o, veementemente, com admiração e agradecimento.
Princesa de ténis húmidos, migalhas no canto da boca e cabelo desalinhado, agarro-o, radiante por ser salva da bruxa má.
Para grande embaraço da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, do Reggae e dos vizinhos que haviam chamado o INEM.
E do rapaz que repetia “Já me tinham acontecido muitas, mas esta…”.
Afinal o rapaz não era príncipe e as nuvens que via em meu redor eram as almofadas do vizinho, que foram utilizadas para amparar a minha cabeça.
Escapuliu-se num abrir e fechar de olhos de hamster amedrontado, soltando um "Para o Júlio de Matos não trabalho eu!".
Os restantes espectadores recolheram aos seus lares.
Provavelmente, este mês não comparecerei na reunião de condóminos.
Ainda assim,
Para todos os efeitos, e após esta trapalhada e vergonha toda, tenho a dizer:
Moço, continuo à tua espera!
quinta-feira, setembro 06, 2007
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