terça-feira, agosto 21, 2007

Publicidade enganosa

Pronta a esquecer o episódio anterior e após duas horas de atraso das meninas, lá rumámos, alegres e airosas, à praia. Pelo caminho, cânticos, gargalhadas e lançamento de beijos aos transeuntes.

Praia cheia, típico dia de Agosto. Meninas refasteladas na zona reservada da praia, frente ao bar apinhado, por cortesia dos donos, nossos amigos.

- Vou dormir! - Aviso, após estender a toalha. - Se me acordarem, logo à noite levam com a minha má disposição! - Para precaver, tomo um comprimido "leve" para dormir.

Que não teve forma de fazer efeito.

Pois, entretanto, o Àlvaro chegou com a Ana e a Zélia e arremessa violentamente a sua toalha para cima de mim.

- Acorda, miúda!

- Hã? - Completamente zonza. Zonza, não. Pedrada. Naquele momento, estava em Woodstock, a aplaudir a Janis e a ver latas de leite condensado psicadélicas à minha volta.

- Olha estão a dar sacos com brindes!

Com a cabeça às voltas, esfrego os olhos e lá vou, aos tropeções, pedinchar por um. Luto com três banhistas pelo último saco. Arregalo os dentes e rosno. Feito, é meu.

Vasculho atabalhoadamente o dito. Revistas, àgua, barra de cereais, pensos diários... Desodorizante Axe???

- Não quero isto! - Rapidamente, atiro-o ao Álvaro.

Que agradece, entusiasmado, a singela oferenda.

- Agora é que vamos ver todas elas a cairem aos meus pés!

Não perde tempo, o sacana. Retira a tampa da embalagem e pulveriza-se com a mistela odorífera. Pulveriza o corpo, a minha toalha e os meus olhos, graças ao vento. O odor perfumado desce-me pela garganta.

Directamente para o estômago.

Barriga a revolver.

NÃO, NÃO SÃO BORBOLETAS ENAMORADAS.

Esverdeada, tento conter os vómitos a custo. O bolsar não para, os olhos esbugalhados lacrimejam de aflição.

Até que não suporto mais e solto um ruidoso "Blerghhhhhh".

Suco gástrico expelido, quase vomito as tripas. O Epá e o almoço engolidos à pressa espalhados pela toalha, areia e por todos os que me rodeiam.

Olhares de nojo.

Escusado dizer que a maior parte do bar evacuou e fugiu para as montanhas.

E, tão cedo, a grupeta não será convidada para voltar à dita praia.

Contudo, era a única que não demonstrava preocupação.

Aliás, esfregava as mãos e sorria de contentamento.

Alarvemente, já me vislumbrava à sombra de um coqueiro, a beber daiquiris de morango e a disfrutar da brisa quente e exótica de uma ilha no Pacífico.

Tudo à conta de um processo de indemnização bilionário por publicidade enganosa.

Até que passou o efeito do maldito fármaco para dormir.

Esfumando-se o coqueiro, as bebidas e a brisa exótica.

Bem como o processo de indemnização milionário, ficando ainda a apanhar beatas do chão para pagar as pesadas custas ao tribunal.

Próximo post: Como, no fim-de-semana seguinte, enfrentei uma ida à piscina municipal de Loures, sem apanhar uma doença ou micose hiper-contagiosa ou passar a incluir "bué" e "tipo" no vocabulário. Tudo graças ao "efeito Axe".

10 comentários:

asdrubal tudo bem disse...

devias dizer qual era a praia para eu não ir lá pisar o vomitado.

Jedi Master Atomic disse...

O efeito axe, definitivamente deu-te a volta aos miolos....crazy-xana :P

Alexandra disse...

Não posso! Os meus amigos donos do bar remeter-me-iam para anos a fim de piscinas municipais!

Jedi Master,

Aos miolos não...

António Raminhos disse...

Bonito... é o único comentário que posso exprimir neste momento.

Tó do Samouco

www.samoucoaorubro.blogspot.com

... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
... disse...

Vi aqui informar que posso ser testemunha no seu processo de difamação contra o Piston! A prova dos autos está na caixa de comentários lá na minha estação...

Piston disse...

Picas,

Deixe de queixinhas!

Alexandra disse...

Tó do Samouco,

:-D

Picas,

Processo de difamação? Aquilo são só mimos!

Piston,

Achocolatado?

Piston disse...

Eu dou-te o chocolate...

Alexandra disse...

Gosto mais do "amorangado".

A Vigor tem desses?