Pronta a esquecer o episódio anterior e após duas horas de atraso das meninas, lá rumámos, alegres e airosas, à praia. Pelo caminho, cânticos, gargalhadas e lançamento de beijos aos transeuntes.
Praia cheia, típico dia de Agosto. Meninas refasteladas na zona reservada da praia, frente ao bar apinhado, por cortesia dos donos, nossos amigos.
- Vou dormir! - Aviso, após estender a toalha. - Se me acordarem, logo à noite levam com a minha má disposição! - Para precaver, tomo um comprimido "leve" para dormir.
Que não teve forma de fazer efeito.
Pois, entretanto, o Àlvaro chegou com a Ana e a Zélia e arremessa violentamente a sua toalha para cima de mim.
- Acorda, miúda!
- Hã? - Completamente zonza. Zonza, não. Pedrada. Naquele momento, estava em Woodstock, a aplaudir a Janis e a ver latas de leite condensado psicadélicas à minha volta.
- Olha estão a dar sacos com brindes!
Com a cabeça às voltas, esfrego os olhos e lá vou, aos tropeções, pedinchar por um. Luto com três banhistas pelo último saco. Arregalo os dentes e rosno. Feito, é meu.
Vasculho atabalhoadamente o dito. Revistas, àgua, barra de cereais, pensos diários... Desodorizante Axe???
- Não quero isto! - Rapidamente, atiro-o ao Álvaro.
Que agradece, entusiasmado, a singela oferenda.
- Agora é que vamos ver todas elas a cairem aos meus pés!
Não perde tempo, o sacana. Retira a tampa da embalagem e pulveriza-se com a mistela odorífera. Pulveriza o corpo, a minha toalha e os meus olhos, graças ao vento. O odor perfumado desce-me pela garganta.
Directamente para o estômago.
Barriga a revolver.
NÃO, NÃO SÃO BORBOLETAS ENAMORADAS.
Esverdeada, tento conter os vómitos a custo. O bolsar não para, os olhos esbugalhados lacrimejam de aflição.
Até que não suporto mais e solto um ruidoso "Blerghhhhhh".
Suco gástrico expelido, quase vomito as tripas. O Epá e o almoço engolidos à pressa espalhados pela toalha, areia e por todos os que me rodeiam.
Olhares de nojo.
Escusado dizer que a maior parte do bar evacuou e fugiu para as montanhas.
E, tão cedo, a grupeta não será convidada para voltar à dita praia.
Contudo, era a única que não demonstrava preocupação.
Aliás, esfregava as mãos e sorria de contentamento.
Alarvemente, já me vislumbrava à sombra de um coqueiro, a beber daiquiris de morango e a disfrutar da brisa quente e exótica de uma ilha no Pacífico.
Tudo à conta de um processo de indemnização bilionário por publicidade enganosa.
Até que passou o efeito do maldito fármaco para dormir.
Esfumando-se o coqueiro, as bebidas e a brisa exótica.
Bem como o processo de indemnização milionário, ficando ainda a apanhar beatas do chão para pagar as pesadas custas ao tribunal.
Próximo post: Como, no fim-de-semana seguinte, enfrentei uma ida à piscina municipal de Loures, sem apanhar uma doença ou micose hiper-contagiosa ou passar a incluir "bué" e "tipo" no vocabulário. Tudo graças ao "efeito Axe".
10 comentários:
devias dizer qual era a praia para eu não ir lá pisar o vomitado.
O efeito axe, definitivamente deu-te a volta aos miolos....crazy-xana :P
Não posso! Os meus amigos donos do bar remeter-me-iam para anos a fim de piscinas municipais!
Jedi Master,
Aos miolos não...
Bonito... é o único comentário que posso exprimir neste momento.
Tó do Samouco
www.samoucoaorubro.blogspot.com
Vi aqui informar que posso ser testemunha no seu processo de difamação contra o Piston! A prova dos autos está na caixa de comentários lá na minha estação...
Picas,
Deixe de queixinhas!
Tó do Samouco,
:-D
Picas,
Processo de difamação? Aquilo são só mimos!
Piston,
Achocolatado?
Eu dou-te o chocolate...
Gosto mais do "amorangado".
A Vigor tem desses?
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