terça-feira, agosto 17, 2010

(Post faz de conta que ainda não cheguei ou, quanto muito, que ainda não parti)


A respeito "daquele" assunto, por muito que teorizasse como é que cheguei àquele ponto, nunca encontrei as palavras, melhor, as justificações correctas.

Bem que a Catarina, que não conheces, insistiu para que lesse o livro que já correu quase todas as mãos femininas. Quando o fez, foi porque, para além de me achar uma cópia da personagem/escritora/narradora, esta falava de que pensar em ser bailarina, isso sim, seria desprovido de razão. Ambas rimos com as considerações.

(Cara Elizabeth, até esse assunto pode cair nas malhas do positivismo e trocar as voltas a muita ideia pré-concebida.

Estudar dança não é só para dançar. Serve também para coreografar, investigar, aplicar em terapias. O rol não é infindável mas é mais longo do que se julga com uma mente curta.

Ok, para dançar também. A dança só ganha com a maturidade, de preferência a interior a acompanhar a da pele. Logo você que está para o narrow minded assim como eu estou para favas e pimento. Não se admite, minha querida, embora seja incapaz de poupar-lhe um sorriso.)

Vai daí que fiquei perplexa com esta passagem. Está lá tudo. Tirando o "I have fallen in love more times than I care to count"... Isto sim, é coisa árdua de acontecer.

"I have a tendency not only to see the best in everyone, but to assume that everyone is emotionally capable of reaching his highest potential. I have fallen in love more times than I care to count with the highest potential of a man, rather than with the man himself, and I have hung on to the relationship (neste caso, ao homem) for a long time (sometimes far too long) waiting for the man to ascend to his own greatness. Many times in romance I have been a victim of my own optimism." - Eat, Pray, Love - Elizabeth Gilbert.

Cá está. Sem tirar nem pôr. E caí, como uma patinha, nessa hipótese de potencial.

No teu caso, presumo que seja exactamente o mesmo. Agarraste-te a uma ideia, criada por ti, e elevaste-a a um potencial que dificilmente se concretizará. Aliás, confirmo e tranquilizo-te. Sou péssima, terrível, uma nódoa na cama com pessoas pelas quais não estou verdadeiramente apaixonada.

Daí não querer (altero a minha opinião), não desejo ser a fantasia (seja lá que tipo for) de ninguém. Afinal, retiro a piada constante de uma fuga educada, à qual não sei se te habituaste. Afinal, não há graça alguma em chegar aos setenta e ainda escutar isso. Para mim, nem se equacionam as fantasias. Apenas os sonhos e esses, esses só têm piada se passíveis de serem concretizados. Caso contrário, são desperdícios. E desperdícios são isso mesmo. Não aproveitamento. Desperdícios.

E bem sei, não é novidade. Estas palavras terão o mesmo destino que tantas outras repetidas e idênticas já tiveram.

Tu irás ler, não vais (querer) compreender, vais aborrecer-te, vais estrebuchar, insultar-me umas quantas vezes, eu já não vou chorar mas já encolherei os ombros porque sei que, mais mês menos semana, mais ano menos semestre, estaremos a ter a mesma conversa e tu dir-me-às que tens saudades, enquanto eu dir-te-ei que esta brincadeira é gira e não passaremos nunca disto.

E depois? Depois, isso já não me parece assim tão mau.

4 comentários:

Ventania disse...

Caramba, vi aí um reflexo de mim...

Janela disse...

É melhor fecharem-me, por causa da Ventania.

Alexandra disse...

Talvez te sintas melhor com uns quantos pregos.

Anónimo disse...

Make it Happen?!