Acho ternurento.
Entrar um senhor da EDP, perguntar se sou a proprietária, ao que respondo "Não, não! Sou a arrendatária." e ele larga um "Ora muito bem, é exactamente consigo que quero falar."
Larga isso e um documento de corte de energia que, efectivamente e na prática, não se verificou porque o senhor foi um querido e eu larguei num pranto em como teria que haver um engano, esse montante estaria pago e vá de procurar e despejar papés na secretária, como se não houvesse amanhã e, se houvesse, seria feriado.
Com um imbróglio para resolver e um deadline até às 14h00 (querido mas não otário), lá corri porta fora, papelada na mão, carteira na outra.
Entro num taxi, "Bom dia. É para as Laranjeiras, por favor. Para a Loja do Cidadão."
Mais ternurento ainda é o que se segue.
Nada mais, nada menos, meus caros, é precisamente aqui que a trama se inicia com tamanhos resquícios de perfidia(Quem sabe ainda, um mau olhado qualquer lançado por uma também qualquer invejosa.), estando certa que irei marejar esses olhos com lágrimas de apreço e solidariedade pela minha penosa jornada.
Ora bem, façam as contas comigo. Amoreiras - Campolide - Sete Rios - Estrada da Luz e... tcharam! Loja do Cidadão. Certo?
Evidente que não. Caso contrário, estaria nas tintas para este blogue e a disfrutar do sushi que mencionarei a seguir.
O trajecto respeitado pelo meu diligente condutor foi o seguinte:
Amoreiras - Campolide - Avenida Calouste Gulbenkian- Praça de Espanha - Avenida dos Combatentes (toda) - Telheiras(!!!) e corta para a Estrada da Luz na rotunda ao fundo da Avenida Rui Nogueira Simões*, após veementes protestos da minha pessoa.
Naturalmente, no início da Avenida dos Combatentes, já estou a dizer "Mas que caminho é este? Olhe que é para a Loja do Cidadão!"
- Eu sei. Por aqui é muito mais rápido.
- Muito mais rápido? Para as Laranjeiras? Era só seguir Sete Rios e entrar na Estrada na Luz. Já viu a volta que veio dar?
- Por aqui é mais rápido - Replica com algum enfado.
O que é certo é que, quando o taxi entrou em Telheiras, temi pela minha rica vidinha. A sério.
Questionei-me se deveria mandar parar imedatamente a viatura, ou se, pelo contrário, abrir a porta e saltar. Ao invés limitei-me a permanecer sentada, com o rabo encolhido entra as pernas, certa que a empresa de taxis iria "adorar" receber uma queixa por este episódio, quem sabe, ainda, meter a TVi ao barulho.
Chego a vinte metros do destino e saturada do abuso (Meter-se atrás de todos os carros que estão encostados na berma também conta, certo?), peço para encostar e a factura.
Fixo o taxímetro que marca "4. 05", entrego uma nota de cinco euros e uma moeda de cinco cêntimos.
Recebo a factura e duas moedas de dez cêntimos.
- Desculpe, tem que me entregar um euro.
- Que euro?
- Entreguei cinco euros e cinco cêntimos para facilitar o troco. O taxímetro marca 4.05.
Nisto, juro pela minha vidinha, pela minha saúdinha e tudo o que há mais de sagrado que o que relato foi exactamente o que aconteceu.
Como dizia, nisto o abrupto condutor, deixa escapar de esgar um sorriso e dá um valente safanão no taxímetro.
Para meu espanto, o dito aparelho passa para 4.85.
Fôfo.
No mínimo.
Valor da viagem de regresso: Três euros e vinte e cinco cêntimos.
Moral da história: Se julgam que entrei na primeira pastelaria ou Go Natural em busca do Fondant mais achocolatado à vista desarmada, enganam-se.
Regressei ao trabalho apenas com uma pesada caixa de sushi.
Só porque tinha mesmo que comprar almoço e não como sushi há uma eternidade. Imensa. Já não me recordo do dia, no entanto, certa que tenha sido um dia feliz.
*Trajecto descrito com a preciosa ajuda do google maps. Ora pois.
12 comentários:
No teu caso apresentava um reclamação...é um absurdo essa de bater no taxímetro.
Meu Deus... nunca tinha lido tamanho disparate.. atenção que não estou a falar do post em si, mas da situação que ta aconteceu... no minimo surreal... espero que apresentes queixa do dito taxista... acho que nem devia ser legal uma coisa dessas (pancada no taximetro????) pelo o amor da Santa! Já não bastasse a luz que eu sei bem o que isso é pois já tiveram para me cortar 2 vezes a luz (mas felizmente fiz como tu e não apanhei nenhum desgraçado taxista pela frente). Realmente olha que andas com azar com os taxis que apanhas...
o melhor é refilar logo e eles param o taximetro!
Já me calharam muitos desses mas eu reclamo sempre eheh, claro que oiço gritos, mas prefiro os gritos aos euros fora do bolso!
Epá... Quando for assim, empresto-te a mota!
Da proxima, pedes para ele ir para a esquadra mais proxima e quando ele parar à porta, chamas um policia de dentro do taxi.
A melhor parte foi a que emiti.
Quando, já no final, encolerizada gritei "O meu euro?? Eu quero o meu euro!
E tu conheces a zona... Imagina se não!
acho que a ideia da esquadra é boa .. para quando se é roubado assim
És tão mentirosa!
já viste q ultimamente não pagas conta nenhuma? sua caloteira!
se não soubéssemos q havia passarinho verde....
Ainda estive para sacar da cédula mas depois verifiquei que está quase fora de validade.
Piston,
Nada.
Patalógica,
Não pago contas? Pago sim! Esta estava paga. Foi erro deles. Pronto, esqueci-me só uma vez...
O passarinho é azul e chama-se Reggae.
Sabem muito, vocês...
peço desculpa pela intromissão, mas estava a ler todo o blog, muito atentamente, e tinha de fazer correcção.
não discuto a tua queixa em relação à má opção pelo percurso, alias, ja me queixei do mesmo.
contudo, no final da viagem o sr taxista de certeza que não bateu no taximetro. clicou, apenas, num botão que lá está presente e que acrescenta uma taxa de 80 centimos, e que é, LEGALMENTE, acrescentada nas viagens. faz parte das tarifas. não estou a dizer que é uma coisa agradável, apenas que é perfeitamente legal e ele não cometeu nenhuma atrocidade relativamente a isso!
anyway, fiquei viciada no blog, e vou definitivamente voltar:)
parabens pelo blog!
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