Após dois meses de sucessivas lesões e demasiado trabalho que me afastaram das aulas, isto de voltar a sério à dança significa apenas uma coisa: Voltaren espalhado pelas pernas, pelos bracitos, costas e abdominais, como se creme hidratante se tratasse.
Portanto, hoje, a única coisa que eu pediria seria roncar à vontade, refastelada no Metro, no caminho para o trabalho.
Mas não, claro que não!
Tive que percorrer quilómetro e meio, carregada de sacos e de saltos (que é a única forma de os músculos das pernas não reclamarem tanto, porque se eu coloco o calcanhar no chão, ai se eu coloco o calcanhar no chão...). Apanhar um autocarro, perdão, uma lata de sardinhas, e só não fui muito ensardinhada porque fui a última a conseguir caber e o motorista pediu-me para passar para o lado dele, a fim de conseguir fechar a porta. Apanhar o metro no Campo Grande e, aí, sim, verdadeiramente ensardinhada. Chegar a correr ao trabalho, não a tempo de tomar o leite de soja morno com estrelitas, conforme tanto intencionava. Finalmente, sentar-me, discretamente descalçar-me e enterrar os pés no tapete de pêlo de ovelha felpudo.
Duas vezes numa semana que ainda só vai na quarta-feira é obra.
Portanto, aos caríssimos que gostam de se jogar na linha do metro (não é jogar... é cair... pois... com impulso!), sim, você mesmo com cara de quem "cai",
Existem mil e uma outra formas de o fazer.
Jogar da janela (Mas, convenhamos, não é preciso traumatizar os traseuntes e os vizinhos... jogue-se antes de um penhasco, de uma escarpa recortada com vista para o mar. É mais romântico e não lesa psicologicamente ninguém.).
Comprimidos. Por amor de Deus, se até o meu querido Heath Ledger o conseguiu, acidentalmente, porque não você, propositadamentte?
Cicuta. Veneno para ratos. Petróleo. Enfarde-se de fast-food.
Cortar os pulsos (de forma correcta. No caso de dúvida, pergunte a este Sr.).
Afogar na banheira. Ou no rio Trancão (aproveite as chuvas).
Enterrar vivo. Peça ajuda.
Tantas outras.
Agora, traumatizar o maquinista, as pessoas que assistiram (Eventualmente, crianças... Já pensou nas crianças??), as pessoas que o desencarceraram.
Já se indagou que a sua "chamada de atenção" pode criar, aí sim, situações de vida ou morte, pelos médicos, enfermeiros e pessoas que não chegam a horas ao trabalho?
E as horas, que sentido de oportunidade! Giro, mesmo giro, é atirar-me à hora de ponta! Onze da noite? Não! Nove da manhã!
Portanto, a todos vós em especial, desejo do fundo do coração que sobrevivam. De preferência, com um ou outro membro completamente estilhaçado. Tetraplégicos, agarrados a uma maca e sem visitas. Para se sentirem ainda mais coitadinhos.
8 comentários:
Ahhh finalmente voltaste!
Isso também me enerva solenemente! E é que é sempre na hora de ponta, pá!
A cereja em cima do bolo é só teres um comboio para o trabalho duas horas mais tarde, como já me aconteceu.(Mas a pessoa adormeceu numa parte da linha isolada.)
Que cambada...
Delicada, nada mórbida, grafismo suave, mensagem ternurenta.
Gostei muito deste post / descarga.
Essa linha amarela é de deixar qualquer um amarelo de raiva, livra!
Oh pá! Já não vinha aqui há muito tempo! Não sabia que tinhas voltado ao activo! É de vez ou quê?
AR
www.antonioraminhos.blogspot.com
Às 11 da noite ninguem se suicida, Alexandra. Está tudo a ver a telenovela.
Andar de saltos altos aquele caminhão todo ??? Fonix !!! Aquela calçada não é nada meiga :P
Anónimo,
Quer escrever uma canção sobre isso?
Parafina falsificada,
:-)
Miss G,
Ainda na segunda-feira gelei durante meia hora à espera de um taxi.
Piston,
A ternura está sempre presente... Não me peça em casamento!
Gi,
Só tu com essas trocas! Feliz 2009!
António Raminhos,
Estou em fase de experimentação. Cetezas não as dou, só prognósticos e estes são favoráveis. :-)
Jedi Mini,
Por isso mesmo! Ou então vejam novelas mexicanas às 9h00.
"Aquela calçada"? Medo!
Enviar um comentário