Tenho um problema com o álcool.
É horrível e faz-me passar inúmeras vergonhas.
Custa até desabafar.
É que…
É que por mais que beba, não sinto o álcool. Não me faz nada. Nem uma risadita a mais.
O grande problema é que nunca apanhei uma bebedeira. Não consigo!
Escusem-se de vir com conversas de que “Comigo é que vai ser!”e afirmações tolinhas do género.
Façam as contas.
Fiz parte da Associação Académica de Lisboa. Da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa. Da Associação Europeia de Estudantes de Direito. Organizei Semanas Académicas, Quinzenas do Caloiro, festas e festas dentro e fora da faculdade. Conhecia todos os RP’s de bares e discotecas. Consumo ilimitado.
Litradas de bebidas passaram por mim. Inventei bebidas. Levei muita gente ao hospital. (Levei mesmo, acompanhei-os e segurei-lhes a mão e a cabeça, ok?)
Nem um pifo.
Este verão o meu problema acentuou-se. Fosse o que fosse, sabia a Compal de pêra. Fui gozada, humilhada, “Não tocas nisto, é um desperdício!”, diziam os amigos.
Pois bem.
No feriado de Novembro realizou-se a feira dos frutos secos em Alvito.
Terrinha da mãe, Alentejo, comes e bebes, cavalos, faduchos, cantares alentejanos. A-do-ro!
Como no dia anterior tive um farto jantar até às tantas, no dia seguinte torci o nariz ao pequeno-almoço.
Meio-dia e meia e lá fomos almoçar (leia-se pão com queijo, com chouriço, presunto, regaditos a tintol). Tinha apenas roído um pedaço de polvo seco e grelhado.
O meu pai delirante por ter companhia na bebida (A minha mãe embebeda-se com uma colher de chá e o meu irmão é movido a Coca-Cola.).
Espantem-se.
Não. Espanto-me.
Ao fim de meia dúzia de copitos sinto um formigueiro nas pernas. Na cabeça. O sorriso teima em abrir.
Sorte malfadada.
Queixo-me de nem ficar alegre e vou sentir os efeitos LOGO em frente aos meus pais!
Não desarmo. Endireito a coluna e bebo mais uns quantos. A cabeça a dar à roda, a vida é linda e sou feliz!
Evidentemente com a postura de uma lady. Irrepreensível, pois ninguém notava a zonzice.
Apreensiva.
Por ter de me levantar da mesa sem meia pirueta e cair estatelada no chão.
Respiro fundo.
Aperto os abdominais, perna para aqui, a outra para acolá e lá consigo.
- Queres café?
- Pai, não posso beber café… o estômago… já devias saber! Preciso é de um doce.
Pensava eu que estaria safa.
Congratulando-me pela façanha. Merecedora de uma medalha por tal representação de sobriíce.
Não fosse a minha mãe querer comprar licores.
Obrigando-me a provar mais de dez qualidades. De poejos, de amoraaa, de framboeeesaa, de vi… viiinho, de choc- hic- ooocolaaatte, não-me-lembro, nã-me-hic-lembro…
Ninguém notou.
Até que, depois do almoço, fui montar com os primos.
- MARIA ALEXANDRA! Porque é que a Violeta está a cavalgar aos Esses????
Ares do campo, mãe, ares do campo!
É horrível e faz-me passar inúmeras vergonhas.
Custa até desabafar.
É que…
É que por mais que beba, não sinto o álcool. Não me faz nada. Nem uma risadita a mais.
O grande problema é que nunca apanhei uma bebedeira. Não consigo!
Escusem-se de vir com conversas de que “Comigo é que vai ser!”e afirmações tolinhas do género.
Façam as contas.
Fiz parte da Associação Académica de Lisboa. Da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa. Da Associação Europeia de Estudantes de Direito. Organizei Semanas Académicas, Quinzenas do Caloiro, festas e festas dentro e fora da faculdade. Conhecia todos os RP’s de bares e discotecas. Consumo ilimitado.
Litradas de bebidas passaram por mim. Inventei bebidas. Levei muita gente ao hospital. (Levei mesmo, acompanhei-os e segurei-lhes a mão e a cabeça, ok?)
Nem um pifo.
Este verão o meu problema acentuou-se. Fosse o que fosse, sabia a Compal de pêra. Fui gozada, humilhada, “Não tocas nisto, é um desperdício!”, diziam os amigos.
Pois bem.
No feriado de Novembro realizou-se a feira dos frutos secos em Alvito.
Terrinha da mãe, Alentejo, comes e bebes, cavalos, faduchos, cantares alentejanos. A-do-ro!
Como no dia anterior tive um farto jantar até às tantas, no dia seguinte torci o nariz ao pequeno-almoço.
Meio-dia e meia e lá fomos almoçar (leia-se pão com queijo, com chouriço, presunto, regaditos a tintol). Tinha apenas roído um pedaço de polvo seco e grelhado.
O meu pai delirante por ter companhia na bebida (A minha mãe embebeda-se com uma colher de chá e o meu irmão é movido a Coca-Cola.).
Espantem-se.
Não. Espanto-me.
Ao fim de meia dúzia de copitos sinto um formigueiro nas pernas. Na cabeça. O sorriso teima em abrir.
Sorte malfadada.
Queixo-me de nem ficar alegre e vou sentir os efeitos LOGO em frente aos meus pais!
Não desarmo. Endireito a coluna e bebo mais uns quantos. A cabeça a dar à roda, a vida é linda e sou feliz!
Evidentemente com a postura de uma lady. Irrepreensível, pois ninguém notava a zonzice.
Apreensiva.
Por ter de me levantar da mesa sem meia pirueta e cair estatelada no chão.
Respiro fundo.
Aperto os abdominais, perna para aqui, a outra para acolá e lá consigo.
- Queres café?
- Pai, não posso beber café… o estômago… já devias saber! Preciso é de um doce.
Pensava eu que estaria safa.
Congratulando-me pela façanha. Merecedora de uma medalha por tal representação de sobriíce.
Não fosse a minha mãe querer comprar licores.
Obrigando-me a provar mais de dez qualidades. De poejos, de amoraaa, de framboeeesaa, de vi… viiinho, de choc- hic- ooocolaaatte, não-me-lembro, nã-me-hic-lembro…
Ninguém notou.
Até que, depois do almoço, fui montar com os primos.
- MARIA ALEXANDRA! Porque é que a Violeta está a cavalgar aos Esses????
Ares do campo, mãe, ares do campo!