quarta-feira, julho 15, 2015

Então e os espectáculos?



Ainda não consigo explicar muito bem.

Por um lado, aquele querer muito fazer tudo bem, a pensar no Miguel. Sentia que lhe devia isso.

Por outro, um ambiente absolutamente contagiante. Tão diferente. Tão melhor do que os últimos que recordo de lá, daquela outra escola. Tantas pessoas fantásticas, muito boa dança, muita qualidade. Muitas palavras amigas, muitas de incentivo. Muita amizade. Nada de rivalidades e falsidades. Tenho os melhores colegas do mundo e os professores também. 

Ainda assim, como alguém disse, "O Miguel é o Miguel." 

Espero ter levado um pouco dele para o palco.

Um ambiente tão diferente, o palco que não é o mesmo, as pessoas que são outras e ainda assim, parecia que ele estava ali, orgulhoso, à espera de ver alma e tudo em Full Out, emocionado com o nosso trabalho. Os meus olhos ainda juram que o viram, na plateia, de pé, com as lágrimas a aparecerem. Tal como o recordo dos espectáculos.

Eu sei que estes textos são uma seca para vocês e que muitos nem se dão ao trabalho de lê-los na diagonal mas é por isso que adoro o meu blogue. Não devo nada a ninguém. Posso ser quem eu quiser e, mais importante, posso ser eu. Posso dizer aquelas coisas que mal confidencio com alguém. Ou porque parece parvo, ou lamechas. Aqui, é mesmo assim e só entra quem quer.

Continuando,

Difíceis de explicar estes espectáculos. 

Fiz a minha homenagem mas também bati o pé para homenagear os vivos. Os que me rodeiam agora. Os que se importam e os com quem me importo muito. As minhas filhas adoptivas.

Não vos disse? 

Regressei com uma mão cheia de presentes. Mimos. Uma carta que me fez chorar e a perceber que sou uma influência muito positiva e já contribui para mudar vidas para melhor. Para vidas felizes. Se efectivamente consegui o que foi escrito naquela carta, a minha vida já teve um propósito e, afinal, tudo o que questionava nos últimos anos passou a ter um sentido.

Foi de tal forma que, no dia seguinte, decidi que era tempo de ajudar-me e dei o passo que já deveria ter dado nos últimos seis anos.

Difíceis de explicar estes espectáculos. Estava tão cansada e tudo estava enevoado mas estes foram os espectáculos mais felizes e envolvidos em amizade e ternura que já fiz.

Talvez seja a despedida. Quem sabe. Só o futuro o dirá.

Se for, é em grande.

segunda-feira, julho 06, 2015

O mural do meu perfil pessoal do Facebook é mais cómico do que o vosso III

Os meus amigos do Facebook viajam na maionese.

Este é fã da Ivete Sangalo. (E de todas as teorias da conspiração que possam imaginar.)


Todos comigo: "Poeiraaaaaaaaaaaaa! Poeiraaaaaaaaaaaaaaa! Poeiraaa... Levantou poeiraa!"

domingo, julho 05, 2015

Iluminações trintonas, ié, parece que a terra continua a querer tocar na lua



Acabaram de mostrar-me esta foto do espectáculo do ano passado. Turma de Jazz 2.

Têm uma matrona de trinta e cinco "experientes" anos e o resto tem de vinte e dois para baixo (Sim, uma delas tem quinze.)

Esta era a pose do final da coreografia, que tinha de ser alcançada em 0.0023 milionésimos de segundos, mais certeira do que as flechas do William Tell, sem balançar, sem ajeitar, depois de umas pirouettes.

Observei, observei.

Se estamos todas na posição correcta, com tudo bem colocado e alinhado, se não estamos marrecas, qual a mais certa, qual a que foi mais preguiçosa e... Ahhh! Estou mesmo bem, senão a mais certa!

De peito inchado, faço uma pequena dança da vitória e sorrio com vontade. Os meus vizinhos jurariam que ouviram cantar mas nego tudo.

Depois disto, passa-se àquela análise parva que todas nós fazemos. 

Deixa cá ver se pareço gorda, se estiquei a barriga ao invés de encolher... 

Até que os meus olhos fixaram-se no óbvio.

Pestanejaram.

Dá-se o click.

Vi a luz e atingi o Santo Graal.

Ainda não perceberam?

Rabo da Alexandra: 1
Rabo das miúdas: 0


Se poderia não ser tonta? Poderia mas não era a mesma coisa.

sábado, julho 04, 2015

Aos trinta e seis, ainda não aprendi a lidar com certas coisas. Com esta, lido muito mal. Acho que cada vez pior.

Já tentei tanta coisa e, por mais que tentem ajudar-me, não dá.

Neste momento, estou na fase da negação. Não é verdade. Não pode ser. Não acredito. Para mim, não aconteceu PONTO FINAL. (Assim ficarei por uns bons anos. Vou simplesmente não passar naquela porta e não reparar nas mudanças. Vou imaginar que mesmo antes das 18h00 estás cá fora a fumar um cigarro e a mandar aquecer.)

Também me zango. "Como te atreveste? Está tudo destroçado." "Como tiveste a coragem? Sabes quantas pessoas gostavam de ti e foram de alguma forma marcadas por ti para sempre? O que é que será delas?" "Como te atreveste? Foi tudo sempre tão intenso e não nos deste tempo para crescer e envelhecer a partilhar a mesma história que tu!" "Como te atreveste? Ninguém sabe lidar com isto."

Não sei lidar.

Por isso, (prometo) vou tentando rir e fazer rir mas, pelo caminho, preciso disto.

(Passaram quatro anos mas recordo todas as músicas que utilizaste. Aula de Ballet 2 ao Sábado - Adagio no centro.)

quinta-feira, julho 02, 2015

E agora para aligeirar


Um euro por cada vez que esqueço de pôr um par de cuecas lavado na mochila da dança.

É regressar a casa com aquele ar misteríoso-mas-que-ninguém-irá-adivinhar-de-que-caminho-muito-mais-arejada.




#graçasadeustenhoidodecalças

Não quero dançar

 *Ne me quitte pas - Remake 2009

Difícil esta coisa de ter de dançar e não querer. 

Tudo o que queria ontem e hoje era não ter de dançar. A música começa e não consigo conter as putas das lágrimas, que caem, aos pares, enfurecidas.

Não queria nada dançar. Não quero. Deixem-me no meu canto.

Depois, lembro-me de uma pessoa que sempre ensinou "The show must go on." Literalmente. Acontecesse o que fosse. Continua.

O Ballet tem sido o pior. Raio do piano. As músicas que me trazem as memórias de volta. Odeio-as.

Inicia a música dos pliés e a própria preparação dá cabo de mim. Eu danço. Danço mas com tanta dor.

E os pobres dos meus colegas lá ficaram muito impressionados porque ali estava eu, a dar tudo, de sorriso no rosto e as putas das lágrimas que não paravam de correr pelo rosto.

Eu sei que isto para quem não dança parece parvo mas é mesmo assim. Um mundo todo ele à parte (e especial).

Tudo o que queria era não ter de dançar nestes dias. 

Ai de mim, se o cumprisse. 

Ai de mim que não seria fiel a ti.



P.S.- Neste momento, estou com raiva. A ficha teima em não cair e, simplesmente, não pode ser. Nunca soube lidar com isto, embora já tenha perdido uma quota considerável de pessoas queridas. Não pode ser. Mundo, para, faz marcha atrás e traz tudo de volta.