A desgraça e o azar não trazem uma vida aborrecida por si só. Por vezes, é até o inverso. O azar é uma fonte inesgotável do riso. Basta ver qualquer filme de comédia para perceber que é ingrediente mágico para uma bilheteira feliz.
Situações hilariantes, quer felizes, quer maioritariamente trágicas, não têm faltado e seriam suficientes para levar este blogue aos píncaros das audiências e quem sabe, levar a autora a uma situação financeira bem mais desejável.
Só Miss Cacau, com as suas aventuras e desventuras (que quase testam a minha maternidade e o sangue do mesmo sangue, não fosse ela apoiar-se em quatro membros - muitas vezes em dois, sobretudo na bancada da cozinha - e eu em dois), gera uma panóplia de histórias e episódios profundamente cómicos suficiente para alimentar este blogue e dar graça a mais dois ou três bastante desenxabidos.
A questão, a grande questão, que não é assim tão grande, é até bastante simplória, é que ando completamente alérgica a partilhar seja o que for da minha vida. A mais pequena banalidade. Fui ao cabeleireiro. Não partilho. Espirrei. Não partilho. Não será apenas neste espaço, os meus amigos e família têm sido alvos constantes desta privação, já longa, com bastante queixume da parte deles associado.
Não vou explicar porquê, apenas dizer que chega a ser uma coisa de pele. Até os blogues de leitura habitual tenho evitado. Não me apetece. Apetece-me ver antes os das roupas, apetece-me ver os dos gadjets, apetecem-me as chamadas banalidades e quanto muito, numa perspectiva mais dedicada, dissertar sobre as mesmas. Só isso me acalma.
Se é inteligente? Não. Já referi que as últimas peripécias seriam suficientes para enriquecer à custa da minha vergonha e, quem sabe, tirar-me desta tristeeeeeeeeeeeeezaaa tão portuguesa. Se o vou fazer? Não. Vou ali ver vestidos. Estou a gostar de ter a vida trancada no cofre dos segredos, alheia a intromissões. É mais barato e a única alternativa plausível que tenho a emigrar para uma ilha deserta.
Portanto, tudo isto para vos dizer, caros leitores resistentes, que espero ansiosamente pelo dia de amanhã, Segunda-Feira, de acordo com o calendário.
Espero ansiosamente por amanhã, para poder deslocar-me imediatamente ao supermercado e adquirir imediatamente uma lata de leite condensado da Nestlé (sem publicidade remunerada), a fim de substituir a que abri ontem à noite e despachei em duas músicas no Ipod (idem), antes que alguém dê pela sua falta e torre a minha cabeça, como têm feito ultimamente, sempre que dou uma de larápia da gula.
Era isto, caríssimos leitores.
Um beijinho
1 comentário:
E um beijinho para ti. Junta essa lata de leite condensado a dois pacotes de natas batidas até ao ponto antes de se transformarem em chatilly, mais um pacote de oreos aos pedacinhos e enfia no congelador. Tu mereces.
Enviar um comentário