segunda-feira, agosto 17, 2009

Querida entidade superior


Compreendo que isto da gripe generalizada não esteja a ser fácil, ainda para mais em plena época balnear e de descanso.

Contudo, não fosse chegar a casa e encontrar a mesa da cozinha pejada de frascos de doce de tomate ainda morno, mal saído da panela, estaria a ponto de cortar relações de vez e engrossar as fileiras de quem afirma que estás de costas voltadas e não estás nem aí.

Na verdade, não tens estado muito presente não. Logo agora que ando tão bem comportadinha. E mais adulta, iada, iada. Tu sabes.

Mas o doce de tomate abriu-me os sentidos, melhor, as recordações e a ternura de três gerações religiosamente à volta da panela, do açúcar, dos paus de canela, entre sorrisos e explicações. Que doces eram os olhos da minha avó, tão doces quanto o doce de tomate. Tão doces deveriam ter estado os da minha mãe esta tarde. Que pena não ter partilhado o momento.

Essas gerações já não se reunem mas o doce é prova viva da sua terna existência. Dos anos que somo, todos eles povoados de doce confeccionado no final do verão. Da história de uma família, de todos os momentos únicos e convívio que proporcionou.

Obrigada.

P.S. - Juro que nem vou reclamar dos três ou quatro quilos que ganharei quando despachar tudo aquilo. You made my day.

10 comentários:

Anónimo disse...

Post delicioso. Como tu.

continuando assim... disse...

que saudades de doce de tomate ! daquele mesmo a sério :)

bom proveito!!

Jedi Master Atomic disse...

Como a familia pode ser deliciosa.

Alexandra disse...

Anónimo,

Não sou assim tão saborosa mas obrigada.

Teresa Queiroz,

Basicamente, o pequeno-almoço e lanche de hoje e dos dias que se seguem até meados do Outono serão pão com doce de tomate.

Jedi,

É verdade. São os momentos que intercalam a parte de ser uma dor de cabeça.

Textículos disse...

Doce de Tomate às Colheradas, comi toneladas.
__
Textículos

Alexandra disse...

Ora aí está!

A disse...

é feito com verdadeiros tomates esmagados?

Alexandra disse...

Sem pevides.

Para não azedar o doce.

A disse...

eu devia ter desconfiado que eras uma dessas feministas...

Alexandra disse...

Por acaso, rasgar soutiens não é comigo.

Sai caro.