segunda-feira, julho 20, 2009

Suddenly I don't feel that happy


Sabem aqueles dias que acordamos a transbordar de felicidade, pomos o pé na rua com um sorriso sincero armado e irremovível, apesar do sono, dos cabelos desalinhados e dos tropeções na calçada porque simplesmente ignoramos que calçamos saltos?

Dias em que ao fim ao cabo somos só nós e os pensamentos ou memórias, o mundo à volta se não se apaga, enevoa-se, dissolve-se. O que apenas importa e nos move somos nós próprios e o que vai cá dentro, Apanhar ou não o autocarro, atravessar a estrada com vida, chegar a horas ao trabalho são meros pormenores nesta dança sensorial e mental que percorre cada terminação nervosa do nosso corpo. Esses dias em que o cérebro dá as mãos aos batimentos cardíacos e ao estômago e este jogo de luz que vai cá dentro tira-nos a vontade de comida, vemos apenas por imagens seleccionadas sem grande sequência, mas que importa a sequência se agora não nos interessa mesmo nada. Quem sabe, outras sequências?...

Depois, nestes mesmos dias, aparece algo, uma mancha despercebida (só fecha os olhos quem quer), uma nódoa no melhor pano que nos faz parar e hesitar, questionar se aquela toalha será mesmo necessária, a nossa mesa há muito que está nua, até que ponto precisaremos dela ou até que ponto não deixará a mesa marcada, com o tempo com as marcas da luz que chegam onde a toalha se esquece de abraçar.

São esses os dias, em que o aviso esteve lá, nós puramente ignoramos ou então cegamente o acolhemos e deixamos para trás qualquer coisa para viver, um "x" a marcar um erro no jornal diário, um borrão, uma linha ou página em branco, quem sabe a mesma nunca mais será escrita por outras mãos que não as nossas, aquelas que afinal tinha importância. (Ou não teriam?)

Nestes dias fico sempre na dúvida com a certeza de que seja qual for a escolha que faça, é bem provável que vá bater com a cabeça.

Ou não.

Curiosamente, esta última hipótese consegue sempre ser improvável.

7 comentários:

Textículos disse...

Ainda assim, poder escolher é bom!
__
Textículos

N disse...

Oh se sei.

Alexandra disse...

Textículos,

Se é!

N,

:-)

A disse...

as eternas segundas-feiras do costume.

eu fico assim, quando vou ao café e peço uma nata e... e... já não há mais natas!? como pode ser!? eu estava contente e já não estou...

Alexandra disse...

Uma nata? Ó homem do Norte!

A disse...

lol e um cimbalino.

Alexandra disse...

E uma francesinha...