segunda-feira, dezembro 15, 2008

Paradoxo


Pisa as pedras brancas e pretas, saracoteando, exibe o biquini cavado por baixo do vestidinho baloné branco meio transparente, a canga numa mão, a outra balouçando ao ritmo das ancas.

As havaianas marcam a areia, passo lento e jingado, passa o vendedor de espetinho de camarão. "Olha a empadinha do Mustafá!" Cheiro a maconha no ar. Saliva por matte de limão, quero antes um açaí geladinho, corre o preto, barraqueiro da zona, faz sinal, três reais por uma cadeira, no Posto Nove.

Senta-se, lança o pescoço para trás, fecha os olhos. Temperatura quente. Os garotos mirando o seu corpo de gata. Malandro, absorve os raios de sol.

Entreabre os olhos. Em frente as fotos a preto e branco. Arpoador, calçadão, as avenidas. Lá fora a chuva cai fria, empurrada pelo vento. A temperatura do termoventilador no máximo, os pés sobre o tapete de pelo de ovelha, beberica àgua de côco embalada, comprada no Pão de Açúcar (nem de propósito) das Amoreiras.

Na área, Gilberto Gil.

“A novidade veio dar à praia, na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa Maia, metade um grande rabo de baleia...”

1 comentário:

Anónimo disse...

Cidade maravilhoooosaaa!