O Luis é um amigo sincero ganho na lotaria de um trabalho onde poucos amigos se fazem. Trás na bagagem um sorriso fácil e a arte de bem falar e criar admiradoras(es) à sua volta. Tem o rugby no sangue, provavelmente porque ninguém lhe explicou que, para enfrentar bisontes, deveria antes ter encarreirado para forcado e honrado a tradição lusa, ao invés da britânica.
Aqui há uns dias, foi de férias para as Maldivas, com um grupo de amigos. Surftrip no paraíso das luas-de-mel.
Felizes da vida, passaram os dias dentro de água, deslizando sobre os corais, até ficarem sem forças e arrastarem-se para terra.
Parados no outside. À espera da onda perfeita.
Lá ao fundo, desenha-se o princípio de uma crista de àgua. Sublime. Cristalina, reflexos de prata num desenho por todos sonhado.
O Luís arranca até ao seu encontro. Braçadas vigorosas, a musculatura bronzeada rema até acompanhar a velocidade da onda. Prepara-se para fazer o take off. Coloca-se em pé na prancha, equilíbrio perfeito.
Era perfeito. Foi violentamente derrubado por um peixe enorme. Gigante. Matulão!
Que lhe rouba a onda.
E a glória.
Furioso, como nunca se dá por vencido, corre atrás do monstro marinho.
Esquece-se que está na àgua, vislumbra apenas o adversário viscoso.
Peixe imediatamente placado.
A onda perfeita. A prancha perdida. O Luís agarrado ao escamoso. O Luís faz tow-in no escamoso!
Na praia aplaudem. Nunca se vira nada assim! O meu amigo embevecido. Orgulhoso. Sai da àgua em ombros. O peixe dá à costa, completamente derrotado.
À noite, festa de arromba em honra do Luís. Cânticos e danças da tribo local, churrasco para os surfistas lusos. Entre danças, exóticos cocktails bebericados e gargalhadas lá explicaram o cariz do feito heróico.
Agora imaginem a cara do moço. E dos amigos.
Ao saberem que o feito heróico não havia sido a espetacular surfada mas sim o knockout do corpolento aquático.
Ao que parece, o monstro marinho infernizava a vida da tribo local. Ameaçador, comia a faina e destruia as redes de pesca. Era o temido “Grande Tanakui”. E aos grandes heróis, que praticavam feitos como o do Luís, era dada a recompensa máxima.
Ou seja, o Luís acabara de ganhar a mão da filha do Chefe da Tribo. A tribo exultava. Gritos de felicidade e comemoração. Achando piada, os surfistas lusos riram-se do facto e entraram na onda de alegria.
Riam-se. Afinal, surf e miúdas é sempre uma boa combinação para férias.
Nem sempre.
Foi então que lhes apontarem a noiva. Uma calmeirona morena e redonda dos seus 235 quilos, que, imediatamente, correu para o meu amigo, osculando e envolvendo o herói em apertados e sufocantes abraços.
Quem foi que, no dia seguinte, de madrugada, munido de bagagem, pranchas e toda a restante tralha, saltou a janela do bungalow e, de rabo entre as pernas, fugiu imediatamente para Lisboa, sem esperar pelo final das férias, quem foi?
O que seria da vida sem os nossos heróis...
Já agora, aproveito para apelar que visitem e participem no blogue do Luís, Lex Sportiva, para o qual também já orgulhosamente contribuí.
Direito e desporto aliados numa escrita inteligente e em temas actuais e interessantes.
15 comentários:
Esse peixe era de que tamanho mesmo?
eu acho que conheço esse luis. opu melhor, acho que ele foi nessa surftrip com um amigo meu! o mundo é uma bolacha
Por acaso o teu amigo não se chama Luis Cavaco pois não???
Ana,
Segundo o meu amigo, do tamanho de uma orca, não do Nemo!...
Miss detective,
Ahahahah!O mundo é mesmo uma bolacha!
Estrellinha,
Não... Bem... Estou a ver que andam por aí demasiadas histórias à pescador!
Herói é uma coisa, mártir é outra completamente diferente!!!!
dá um filme esta aventura :-)
e as bolas de golf ?
Ganda trip no tubo, man.
O vento off-shore ajudou e o peixão deu um flip e esfrangalhou.
lol
Hugo,
Pois... Já te vi fazer coisa semelhante! Lembras-te do Migas na marina a angariar mulherio? Lindo!
Tavguinu,
Acredito que o moço tenha aventuras mais interessantes mas ele não se descose nem por nada.
Desde que o Beckam foi para os Estates, nunca mais foi o mesmo...
As bolas de golfe virão a seu tempo. Agora não tenho ido ao campo.
Jedi Master,
Podias mudar de nick para Michaelangelo das Tartarugas Ninja...
Milgares tecnologicos... Credito para Duarte O'Neill que faz omolettes sem ovos.
Quanto à boda, e a Miss Detective pode confirmar, as tribos Maldivenhas não têm jovens senhoras para oferecer a ninguém.
É pá, é a primeira vez que cá entro, e vejo-me obrigado a dizer que tens uma imaginação fértil (não me leves a mal) mas apesar disso a história está engraçada.
Anónimo,
Uiiii! Será que tenho aqui um dos surfistas lusos que partiram em grupo em busca de fama e glória...err... pois... isso!?
Claro que não! Só em feitos muito especiais!
Ahhh, omoletes sem ovos não é inédito. Conheço quem as faça, frequentemente, em jantares de convívio feminino. O truque é a garrafa de vodka.
Meio Maluco,
Fica sabendo que a esmagadora maioria dos posts retrata histórias inteiramente verídicas. muitos dos que por aqui passam podem-no confirmar.
Mentir? Aldrabar? Nunca!
Bem... a não ser sob forte coacção... Talvez tenha sido esse o caso! ;-)
Já não aguentava aqueles círculos fluorescentes!
Alguém que me ajude a escolher finalmente um fundo para o blogue!
Já corri tudo o que é site de tecidos... :-S Os que gosto não têm nada a ver com leite condensado...
Surf's up dude !!!
Eu já dei a minha opinião sobre o fundo que gostava. Voce ignorou, paciencia :P
Xanoquinha,
Surfista, jogador de Raguebi?
Quem é o senhor? Será que alguém conseguiu finalmente lançar-te a corda?
Beijocas e muitas saudades
Kel
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