Vocês "matraqueiam", batem não num mas na inteira associação nacional dos ceguinhos, vão à Fátima Lopes, fazem-me jurar, lançam flyers de aviões a dizerem-me para não abusar. Pois, bem sei. Qualquer dia, sou diabética... Mas, todavia, contudo, o açúcar tem influências caricatas sobre mim que não podem ser ignoradas. Mormente sobre a minha imaginação (ou subconsciente).
Ontem à noite, regresso do ginásio às dez e meia, como de costume. Como qualquer coisa, ligo o pc, organizo a agenda, distraio-me com as horas e dou por mim a fazer uma nova jornada e a adiantar trabalho. "Grande novidade", direis vós.
Meia-noite e picos e uma fome desalmada... Já sonhava com móveis feitos de chutney de pêras e chocolate e molho picante de frango assado a correr nas torneiras da casa, estas, por sua vez, feitas de broa de milho.
Assim que entro na cozinha, tropeço numa enorme taça repleta de morangos com açúcar (esqueçam lá a piadola, ok?!). Escusado será dizer que a dita esfumou-se num ápice, deu entrada para os casos de desaparecidos mais graves, consta dos registos da Interpol e é procurada em Kigali e no meridiano do Equador. "Grande novidade...", replicam vocês já com menos paciência.
Pois... O que dizer? O açúcar é o meu psicotrópico preferido.
Morangos exageradamente afogados por açúcar amarelo, já fundido com os sucos da fruta. E lá fui, plena e satisfeita, para a cama.
Bastou pregar o olho, para me ver nos jardins do Castelo de Alvito (como eram há uns bons anos, antes da recuperação). Desço pelas árvores, fujo do quadro que nos persegue com o olhar e aceno ao estrunfe. Nervosamente, surge o coelho a gritar "vem aí a raposa! Vem aí a raposa!". Agarro no estrunfe e enfiamos-nos na gruta mais próxima. "Que bela enrascada!", pensei. "Está escuro como bréu e, com sorte, ainda aparece a cobra...
Mas não. Sem esperar, acendem-se as luzes e... "Surpresa!!!!!!" Todos os meus ex-colegas do escritório com um bolo enorme. Reacção... agarro no estrunfe pelo cós das calças e escapo, desesperada, a gritar "Não, não! Eu não quero voltar para aí!Nãaaaooooooooo!"
À saída da gruta, qual coro de Santo Amaro, a Su, a Ana, o Àlvaro, a Filipa, o Bruno e toda a malta do ginásio. Colocam os braços em redor dos ombros de uns dos outros, fazem o sorriso "Nós cá somos alegres e cantamos tão bem que não percebemos o que é que as freiras da Whoopi Goldberg têm a mais do que nós!" e entoam:
"É bom ver na floresta o sol nascer! É bom imaginar o que irá acontecer! São tantas amizades, são histórias de amizades, que vão os nossos amigos animais viver..."
"Que sorte!", pensei. "O episódio chegou ao fim!"
P.S. 1 - Nem venham pedir alviçaras pelas teorias por vós avançadas sobre a banda sonora infantil que compõe os meus sonhos. A culpa é do açúcar.
P.S. 2 - Este sonho teve tramas e meandros bem mais sórdidos e estimulantes pelo meio. Juntei pessoas que nem que a borboleta sacudisse as asas várias vezes se poderiam encontrar e conhecer. Não relato o enredo completo por uma questão de pudor ou embaraço mas porque poderão estar crianças a ler o blog!
Ontem à noite, regresso do ginásio às dez e meia, como de costume. Como qualquer coisa, ligo o pc, organizo a agenda, distraio-me com as horas e dou por mim a fazer uma nova jornada e a adiantar trabalho. "Grande novidade", direis vós.
Meia-noite e picos e uma fome desalmada... Já sonhava com móveis feitos de chutney de pêras e chocolate e molho picante de frango assado a correr nas torneiras da casa, estas, por sua vez, feitas de broa de milho.
Assim que entro na cozinha, tropeço numa enorme taça repleta de morangos com açúcar (esqueçam lá a piadola, ok?!). Escusado será dizer que a dita esfumou-se num ápice, deu entrada para os casos de desaparecidos mais graves, consta dos registos da Interpol e é procurada em Kigali e no meridiano do Equador. "Grande novidade...", replicam vocês já com menos paciência.
Pois... O que dizer? O açúcar é o meu psicotrópico preferido.
Morangos exageradamente afogados por açúcar amarelo, já fundido com os sucos da fruta. E lá fui, plena e satisfeita, para a cama.
Bastou pregar o olho, para me ver nos jardins do Castelo de Alvito (como eram há uns bons anos, antes da recuperação). Desço pelas árvores, fujo do quadro que nos persegue com o olhar e aceno ao estrunfe. Nervosamente, surge o coelho a gritar "vem aí a raposa! Vem aí a raposa!". Agarro no estrunfe e enfiamos-nos na gruta mais próxima. "Que bela enrascada!", pensei. "Está escuro como bréu e, com sorte, ainda aparece a cobra...
Mas não. Sem esperar, acendem-se as luzes e... "Surpresa!!!!!!" Todos os meus ex-colegas do escritório com um bolo enorme. Reacção... agarro no estrunfe pelo cós das calças e escapo, desesperada, a gritar "Não, não! Eu não quero voltar para aí!Nãaaaooooooooo!"
À saída da gruta, qual coro de Santo Amaro, a Su, a Ana, o Àlvaro, a Filipa, o Bruno e toda a malta do ginásio. Colocam os braços em redor dos ombros de uns dos outros, fazem o sorriso "Nós cá somos alegres e cantamos tão bem que não percebemos o que é que as freiras da Whoopi Goldberg têm a mais do que nós!" e entoam:
"É bom ver na floresta o sol nascer! É bom imaginar o que irá acontecer! São tantas amizades, são histórias de amizades, que vão os nossos amigos animais viver..."
"Que sorte!", pensei. "O episódio chegou ao fim!"
P.S. 1 - Nem venham pedir alviçaras pelas teorias por vós avançadas sobre a banda sonora infantil que compõe os meus sonhos. A culpa é do açúcar.
P.S. 2 - Este sonho teve tramas e meandros bem mais sórdidos e estimulantes pelo meio. Juntei pessoas que nem que a borboleta sacudisse as asas várias vezes se poderiam encontrar e conhecer. Não relato o enredo completo por uma questão de pudor ou embaraço mas porque poderão estar crianças a ler o blog!
5 comentários:
Dá-le!!!
Miga, que recordações! O que eu adorava esses desenhos animados!
Quanto ao sonho, conta lá os promenores sórdidos! Please!
No way!
És cá das minhas! Açucar é prazer granulado whammy whammy!
As fábulas da Floresta Verde!
Tens com cada uma!
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