- Então, a menina o que faz?
Sorriso amarelo, digo, não digo... – Sou advogada. (Asneira!!!)
- Advogada? – E lá vem a piadola...
Mais tarde, ouvir “Lá vai a não sei das quantas, a advogada.”, seguido de olhares furtivos e incriminantes, como se eu padecesse de uma peste ou outra enfermidade contagiante e letal.
Não bastam os cinco (ou mais) anos de estudo na faculdade e os dois (ou mais) anos de tortura do estágio para imporem respeito e admiração pela decisão de abraçar uma profissão cujas responsabilidade e exigência irão consumir todos os resquícios de vitalidade até ao final da nossa existência?
Não, não basta. E lá vem a grafonola do costume, o disco riscado. “Atenção que os filmes americanos em nada têm a ver com a nossa realidade; por muito eloquentes que sejam as minhas capacidades de argumentação e retórica não será isso que decidirá um julgamento; mentir em julgamento mais facilmente trará dissabores do que proveitos; a Ally Mcbeal era só uma personagem e não existe nenhuma sociedade de advogados no país com casas de banho mistas...” Todas estas tentativas de levantar o bom nome da classe são infrutíferas e acabam por trazer mais piadolas de arrastão.
Escusado dizer que o direito romano deixou vínculos muito fortes na Europa, em especial na família romano-germânica (Alemanha, França, Portugal, Espanha...). Princípios éticos e deontológicos pautados pelo bom nome, honra e justiça. Escusado dizer que, em Portugal, um advogado não pode exigir, a título de honorários, uma parte do objecto da dívida ou da pretenção. Nem estabelecer que o direito a honorários fique dependente dos resultados na demanda. Que isso conduziria a que muitas causas não fossem aceites pelo provável insucesso ou parco valor. Que está em causa o igual acesso à justiça e a igualdade de armas.
Todavia, a “quota litis”, que cá é proíbida, é regra assente no novo continente. Todos nós já ouvimos falar nas séries e filmes americanos do famoso “contigent fee”...
Mas alguém já viu, em Portugal, algum advogado a entregar cartões à porta dos hospitais ou na sequência de um acidente de viação?
Cerro os dentes. Para a próxima já não repito a asneira. E já imagino...
- O que faço? Sou arrumadora de carros! – Recebo uma gentil pancadinha nas costas e oiço a resposta.
– Que bom, parabéns! Os seus pais devem estar orgulhosos de si!
Tudo ao som de Barry White... We got it together, didn't we... Nobody but you and me... We got it together baby... My first, my last, my everything...
4 comentários:
O avião estava com problemas nos motores e o piloto pediu às comissárias para prepararem os passageiros para uma aterrissagem deemergência. Alguns minutos depois, chama uma atendente na cabine para saber se tudo está bem e ela responde:
- Todos estão preparados com cinto de segurança e na posição adequada, menos um advogado,que está entregando seu cartão aos passageiros...
Dois advogados, sócios em um escritório, saem juntos e vão almoçar. Já no meio da refeição um vira para o outro e reclama:
- Puxa vida, esquecemos de trancar o cofre do escritório.
Ao que o outro responde:
- Não se preocupe, estamos os dois aqui!
Certo dia estavam dois homens caminhando por um cemitério quando depararam-se com uma sepultura recente. Na lápide lia-se:
"Aqui jaz um homem honesto e advogado competente".
Ao terminar a leitura um virou-se para o outro e disse:
- Desde quando estão enterrando duas pessoas juntas na mesma cova?
O réu, com um passado de criminoso, diz ao advogado:
- Doutor, se conseguir que eu seja condenado só a três anos, dou-lhe 10.000 euros extra. Se forem dois anos dou-lhe 20.000 euros, se conseguir que eu leve um ano eu dou-lhe 30.000 euros, combinado?
Depois do julgamento, o advogado informa-o, entusiasmado:
- Consegui que você fosse condenado a apenas um ano!
E olhe que me deu um trabalhão, porque eles queriam absolvê-lo...
Esta miúda é tão advogada, tão advogada que é defensora dos próprios advogados!
Ahhh, pois! Defensora dos fracos e oprimidos. Sempre!
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